O governador André Puccinelli (PMDB) confirmou ontem, durante entrevista após entrega de viaturas à Polícia Civil, que no dia 3 de janeiro sairá de férias, para local que não pode revelar. Segundo o governador, não haverá transmissão de cargo para o vice-governador Murilo Zauith (DEM).
"É constitucional, o vice fica em exercício, mas não vou sair do território nacional, nem fazer compras na Casa China (em Pedro Juan Caballero, Paraguai), portanto, não há necessidade de pedir licença". Segundo André, suas férias devem durar apenas nove dias. A licença só seria necessária com a ausência do governador por mais de 10 dias.
Durante a entrevista, André afirmou, ao fazer rápida avaliação do primeiro ano de governo, que em alguns momentos recuou e desistiu de tomar algumas medidas severas no contexto do saneamento administrativo e financeiro do Estado. Sobre o desempenho neste primeiro ano, disse que foi ‘regular’.
"Não há nada que fiz neste ano e que não faria de novo. Em alguns momentos desisti de algumas decisões e busquei o diálogo com os servidores", disse o governador, sem, no entanto, detalhar que medidas rígidas estavam em seus planos. "Não há nada do que se arrepender, voltei atrás e dialoguei com os servidores".
O governador disse que a principal preocupação continua sendo a escassez de recursos. Mas aposta no desempenho da arrecadação e parcerias com o governo federal, principalmente nas obras de infra-estrutura, como a ferrovia Maracaju-Dourados-Paranavaí e o ramal de Ponta Porã, obras que devem consumir algo em torno de R$ 800 milhões.
Segundo o governador, os 510 quilômetros de ferrovia custariam, segundo cálculos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), entre R$ 1,2 a R$ 1,6 milhão por quilômetro. "Não são investimentos de curto prazo, são projetos para três e quatro anos de discussão. O Brasil tem 4 milhões de toneladas de grãos para exportar por Paranaguá e Mato Grosso do Sul tem um papel fundamental, aqui é o epicentro, o Estado será o entreposto do Mercosul".
Em discurso para policiais durante a entrega de viaturas, o governador André Puccinelli agradeceu aos servidores da Segurança Pública, que ‘resistiram os três primeiros meses do governo. "Houve lamúrias e queixas, espero que a partir de 2008 elas não existam. Peço aos policiais civis e militares que se por ventura houver queixas, que elas cheguem aos nossos ouvidos através dos dirigentes", disse Puccinelli. "Agradeço o apoio que tive em 2007 e quero que na Segurança Pública sejamos parceiros, preservando-se a hierarquia (...) Com a redenção dos meios, temos possibilidades para vencer as dificuldades".
Ao fazer a entrega de novas viaturas, Puccinelli disse que a segurança pública sempre será uma preocupação do governo, por isso autorizou abertura de concurso público em janeiro para 1,4 mil servidores, dos quais 1.000 para a PM. Serão abertas também vagas para 30 delegados, 150 escrivães, 50 agentes da Polícia Civil, 18 papiloscopistas e 60 peritos criminais.
Ontem foram entregues 18 viaturas para a Polícia Civil, parte delas descaracterizadas para trabalhos de investigação, um desencarcerador para resgate de vítimas presas em ferragens, uma viatura para os Bombeiros e um veículo para a Coordenadoria de Perícias.
Segundo o governador, das 81 viaturas entregues recentemente, 54 foram compradas com recursos próprios do Estado. As restantes foram doadas pela Força Nacional. As 244 novas viaturas que foram licitadas na semana passada, devem chegar ao Estado até final de março. Todas estão sendo adquiridas com recursos do Estado. (Com informações do Dourados Agora)
