Leonardo Barbosa/Capital News
Candidatos fizeram o último encontro na noite desta quinta-feira (25)
O último encontro dos candidatos ao Governo do Estado, antes do 2º turno das eleições, foi quente e agitou o cenário político local. Apesar do embate, os candidatos apresentaram poucas propostas e usaram boa parte do tempo durante o debate na TV Morena, para atacarem, um ao outro.
Durante o encontro, mediado pela jornalista Bruna Mendes, os dois candidatos faziam perguntas e respondiam outras, seguindo sorteio pré estabelecido pela emissora. Os blocos do debate foram divididos em tema livre e tema sorteado. O candidato que fazia a pergunta tinha 30 segundos para fazê-la, enquanto quem respondia, tinha 1 minuto e 30 segundos. A réplica concedia mais 1 minuto ao perguntante e a tréplica, outro 1 minuto ao candidato questionado.
No início do debate, os candidatos falaram sobre o funcionalismo público e o Juiz Odilon (PDT) acusou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), de não dialogar com os servidores. “Azambuja dialogou com servidores os servidores públicos através da bala de borracha e da bomba de efeito moral”, disse o pedetista. O juiz aposentado também afirmou que seu governo terá “tolerância zero” com a corrupção.
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Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) durante debate na TV Morena
O governador Reinaldo Azambuja, por outro lado, acusou Odilon de estar iludindo o eleitor com eleitor com “ideias mirabolantes” para o seu eventual governo. “Têm candidato que é o famoso salvador da pátria, que promete tudo e não dá conta de cumprir quando assume o Governo”, alegou Azambuja.
Outro ponto levantado durante o debate foi a questão habitacional no MS. Azambuja disse que, mesmo diante de um recuo do investimento federal para essa área, sua administração se superou e entregou milhares de imóveis, mesmo diante deste cenário. “Quando diminui o investimento, não tem milagre. Nós já entregamos 15 mil moradias e vamos entregar mais 11 mil até o final do ano. Vamos entregar 26 mil casas, no momento em que o grande financiador (Governo Federal) tirou o investimento”, afirmou o governador.
Odilon rebateu. “O MS tem um déficit habitacional de 86 mil residências. O governador Reinaldo Azambuja prometeu a entrega de milhares de residências na campanha passada e isso ficou só na promessa. Nós vamos construir 40 mil residências no próximos 4 anos”, disse.
Na área da educação, o governador disse que o trabalho realizado por sua gestão é reconhecida por dar suporte e valorizar os profissionais e garantiu que o estado hoje paga o melhor salário de professores do país. “Muita gente prometeu, nós cumprimos o melhor salário do Brasil”, afirmou Azambuja.
Odilon, por outro lado, disse que os dados não são reais. “Isso não é verdade. O Maranhão é quem paga o melhor salário do Brasil”, disse. Porém, Azambuja explicou que o maranhão paga este salário apenas para 7% de seus professores, e o MS paga para 100% dos profissionais.
O governador também acusou Odilon de querer acabar com a Caravana da Saúde. “O projeto Caravana da Saúde já realizou mais de 37 mil cirurgias e você disse que vai acabar com ele. Eu ouvi isso da sua boca”, questionou o tucano. Odilon respondeu negando a acusação. “Eu não disse que iria acabar com a Caravana da Saúde. Eu disse que ela não pode continuar como está. precisa ser melhorada e ampliada. Temos que levar a medicina para o interior”, argumentou.
Para a segurança, Azambuja lembro que em vídeo divulgado recentemente, o candidato líder nas pesquisas presidenciais, Jair Bolsonaro (PSL), elogiou o trabalho realizado pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e disse que pretende usá-lo como modelo em seu governo, caso seja eleito. “No momento em que o Bolsonaro fala que vai fazer do DOF, o exemplo para o país, ele está sinalizando que vai ser um presidente parceiro do MS. Fazendo uma blindagem nas fronteiras, diminui muito a quantidade de drogas que chegam nas cidades e nos grandes centros”, afirmou o tucano.
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Juiz Odilon (PDT) falou sobre seus projetos de governo durante o debate
O candidato do PDT disse valorizar o trabalho do DOF e afirmou que vai aumentar o efetivo do departamento, em uma eventual eleição. “Nós temos que fortalecer o DOF sim. Eu jamais o extinguiria. Mas temos que triplicar o número de policiais”, disse o juiz aposentado.
Além das propostas, os candidatos, a todo momento, trocavam acusações com base em denúncias de corrupção.
Azambuja pedia para que Odilon explicasse para a população, sobre uma delação de seu primo e ex-assessor, Jedeão de Oliveira, ao jornal Folha de São Paulo, com denúncias de inflar dados judiciais divulgados à imprensa, manipular escutas telefônicas, vender sentenças e desviar R$ 11 milhões da vara em que administrava na Justiça federal. “Teu primo escreveu um roll de denúncias, falando como era sua conduta, e você se esconde. Não responde porque você está sendo investigado no TRF3, no CNJ, no MPF… E você fala que pediu para ser investigado. Isso é conversa fiada”, exclamou o governador.
Odilon, por outro lado, afirmou que Azambuja, teve apenas um processo arquivado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), tendo outra investigação em curso, sobre as delações de executivos da JBS na Operação Lava Jato. “O inquérito seu que foi arquivado, foi apenas um. Você responde a uma ação penal ainda no STJ, de corrupção, referente a JBS, R$ 267 milhões (em propina). Você responde a outro inquérito policial, que eu não vou tocar no assunto. E você responde ainda, a uma interpelação criminal que eu fiz, para você explicar, dentro de 15 dias, aquela acusação de venda de sentença. E na verdade, esse arquivamento do outro inquérito é provisório”, disse Odilon.
Reinaldo Azambuja e Juiz Odilon fazem o 2º turno das eleições no MS, neste domingo (28).
