Spensy Pimentel/Tekohas Guaranis
Conflitos entre indígenas e proprietários de terra têm levado preocupação aos deputados estaduais
Os conflitos no campo envolvendo principalmente indígenas, registrados na região de Dourados, no sul de MS, voltaram a ser expostos em discursos na sessão desta quinta-feira (10) da Assembleia Legislativa.
Vários deputados expuseram, na tribuna da Casa, preocupação com a situação vivida por famílias que moram na região do município.
Representante do município na Assembleia, o deputado Zé Teixeira (DEM) levou aos colegas de plenário queixas de moradores que vivem em áreas onde os conflitos com índios são mais latentes. Ele lembrou que tem tentado, junto ao governo estadual, intermediar tais conflitos, embora entenda que os problemas sejam de competência exclusiva do governo federal.
De acordo com Teixeira, índios da etnia guarani-kaiowa invadiram cinco propriedades da região de Dourados e expulsaram os moradores, no último sábado (5).
“Até quando vamos ter o estado de direito abalado e a desordem instalada?”, questionou o parlamentar. Teixeira disse que as propriedades invadidas no sábado são de pequeno porte e habitadas pelos mesmos moradores há mais de 50 anos.
O discurso do democrata foi endossado pelo deputado Renato Câmara (PMDB). O peemedebista lembrou que o clima de instabilidade e incerteza na região é agravado pela burocracia. “As pessoas estão com medo em suas casas, mas cadê o estudo que comprove o que é terra indígena ou não? Precisamos ter uma definição jurídica rápida”, disse.
Para o deputado José Carlos Barbosinha (PSB), a situação reflete o “desgoverno que beira à barbárie”.
Ele culpou o governo federal pelos problemas que têm causado os conflitos. “É uma omissão do governo Federal, a partir do momento em que ele não cumpre, com os meios de que dispõe, os mandados de reintegração de posse”, salientou o socialista.
Para a deputada Mara Caseiro (PSDB), os problemas têm se agravado na região pela falta de atitude do governo federal. Segundo ela, indígenas ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Conselho Indigenista Missionário revelaram que o Cimi estaria informando aos indígenas quais áreas devem ser invadidas.
“É o Cimi que diz e agora temos essa situação que todos temíamos que acontecesse, com as invasões chegando às áreas urbanas”, disse a deputada.