Depois de 24 anos, vice pode não ser de Dourados

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

A primeira de Mato Grosso do Sul e a segunda do Centro Oeste entre os 300 municípios mais dinâmicos do Brasil. Esse é um dos títulos mais importantes conquistados por Três Lagoas, graças ao crescimento acelerado que tem experimentado nos últimos cinco anos. Outra posição de destaque que Três Lagoas passou a ocupar é a de líder em exportações do Estado, deixando para trás municípios importantes como a própria capital Campo Grande, Corumbá e Dourados.

Os mega empreendimentos que o município deverá receber este ano (fábrica de fertilizantes, nova fábrica de celulose e uma siderúrgica), deverão consolidar definitivamente o município como pólo industrial do Estado.

Mas a partir das eleições deste ano, são grandes as possibilidades de Três Lagoas ocupar lugar de destaque também na política estadual, posto que de longa data é ocupado por Dourados e região. Caso a prefeita Simone Tebet (PMDB) aceite o convite para ser candidata a vice-governadora de André Puccinelli, a Cidade das Águas passa a ser o segundo município do estado, também, politicamente falando.

Desde a criação de Mato Grosso do Sul, 33 anos atrás, todos os vice-governadores foram de Dourados ou daquela região. A exceção foi Ramez Tebet, que em 1983 encabeçou a chapa majoritária com o governador Wilson Barbosa Martins e assumiu o governo em 14 de março de 1986, quando Wilson se afastou para concorrer ao Senado. Seu mandato se estendeu até 15 de março de 1987, quando deu a posse ao sucessor Marcelo Miranda (PMDB).

Vinte e sete anos após, a história pode se repetir, exatamente com a sua filha. Com isso, torna-se cada vez mais real as previsões de que Simone será a herdeira política de Ramez, podendo, inclusive, vir a superá-lo.

Conquistas

Os benefícios que um município pode receber quando um filho seu integra uma chapa majoritária vitoriosa vão além dos dividendos políticos que o vice pode colher. É uma conquista que deve ser analisada sob vários aspectos. Um dos principais é a possibilidade de desenvolvimento do município e da própria região – no caso de Três Lagoas, o Bolsão, que há mais de vinte anos não tem um representante na Câmara federal e tem sofrido para eleger um único deputado estadual. A candidatura de Simone a vice deve mudar esse quadro, facilitando a eleição de deputados estaduais e federais pela coligação. Também repetindo o seu pai, cujo prestígio contribuía sempre para a eleição de um representante na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados por Três Lagoas.

Como maior município do interior do Estado, naturalmente a escolha do vice-governador tem recaído sobre a Grande Dourados pelo seu amplo colégio eleitoral. Desta vez, porém, além do crescimento que Três Lagoas experimenta, a escolha do vice-governador se deve ao potencial político da prefeita Simone. Isto, levando-se em conta que nem a população e nem o número de eleitores apresentou grande crescimento em relação às eleições de 2006, quando Puccinelli foi a Dourados buscar o atual vice-governador, Murilo Zauith.

Apesar do estigma de que não tem força, é inegável que havendo harmonia com o chefe do executivo, o vice terá o poder de atrair recursos para a sua região. E o governador André Puccnelli já deu mostras que não quer apenas usar a prefeita Simone Tebet para se eleger, mas a quer como parceria de fato. Quando esteve em Três Lagoas, na semana passada, chegou a afirmar que transferirá a governadoria para o município, numa demonstração que pretende administrar a quatro mãos.

Por fim, é importante lembrar que não está descartada a possibilidade de o governador renunciar no final de seu mandato para disputar o Senado, abrindo caminho para a Simone assumir o seu lugar, como ocorreu com Ramez Tebet, que viabilizou inúmeras conquistas para Três Lagoas, quando esteve à frente do governo. Sem contar que a prefeita será a candidata natural à sua sucessora.

Governadores e seus vices

Harry Amorin Costa – (Jan/79 a Jun/79) - indicação (sem vice)