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Política Quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2008, 18:09 - A | A

Quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2008, 18h:09 - A | A

Marisa afirma que embargo deve ter debate diplomático

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

"Como não há mais dúvida de que o embargo à carne brasileira é uma questão de disputa comercial, chegou a hora de o Brasil ter uma atitude mais firme em defesa dos interesses do país". A declaração é da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), após a audiência pública realizada hoje na Comissão de Agricultura do Senado Federal que debateu o assunto com base na troca de informações que teve com os dirigentes da Famasul na última segunda-feira, em Campo Grande.

Marisa disse que o Ministério das Relações Exteriores "tem que entrar pesado na questão" e intervir nesta disputa comercial, acionando a Organização Mundial do Comércio – OMC - para intermediar o conflito.

Para a senadora sul-mato-grossense, ao embargar a carne brasileira a União Européia está sinalizando para o mundo inteiro que há problemas com a carne do Brasil, o que, segundo ela, traz prejuízos incalculáveis para a economia nacional em face do peso da agropecuária na balança comercial.

- Não podemos aceitar o que a União Européia está querendo nos empurrar, sob pena de estarmos passando um atestado de que temos problemas, disse ela.

Marisa lembrou que o Brasil está fazendo o "dever de casa", acelerando o sistema de rastreabilidade de Estado para Estada com vistas a garantir a sanidade do rebanho. "Se o Brasil tem consciência da seriedade do trabalho que realiza no setor, não tem porquê aceitar qualquer tipo de embargo por ter faltado um "x na linha", uma letra errada, a falta de um carimbo ou coisa do tipo", declarou.

Lista

Marisa não concorda com uma lista de apenas 300 fazendas a se tornarem aptas a exportar para a União Européia que, segundo ela, constituiria em desestímulo para os milhares de produtores brasileiros. Para exemplificar, a senadora lembrou que apenas em seu Estado, o Mato Grosso do Sul, existem 10 mil propriedades que produzem carne de alta qualidade e em quantidade para abastecer vários países de maneira constante.

Ainda de acordo com ela, restringir a lista a apenas 300 fazendas geraria uma grande instabilidade no setor, um verdadeiro "mar de produtores", de que o Brasil dispõe.

Marisa sustentou ainda que o Brasil precisa adotar uma postura mais firme nesta questão pois "nós temos todas as condições para exportar muito mais, envolvendo um número muito maior de propriedades. Marisa pediu também ao ministro da Agricultura uma atenção especial para as transações envolvendo os países que fazem fronteira com o Brasil.

Além disso, Marisa preocupa-se com o fato de que o setor pecuário de Mato Grosso do Sul termine esse processo como bode expiatório devido aos precedentes criados em 2005 com a ocorrência de aftosa em municípios localizados na região de fronteira. “Junto com São Paulo e Paraná, a pecuária de Mato Grosso do Sul está enfrentando dificuldades de restrição de exportações, embora saibamos que o peso do setor para o nosso Estado é muito maior e mais conseqüente do que para os demais”, ressaltou a senadora, afirmando que esse é um tema que não pode haver disputa federativa, visto que “se o Mato Grosso do Sul perder todos de alguma forma serão prejudicados”. (Informações da assessoria)

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