Reprodução/Instagram FNL e Arquivo MST
Deputado disse que Estado precisa virar a página sobre o tema
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que há muito não era motivo de pauta no meio jornalístico, voltou ao cenário regional com invasões ocorridas no último sábado (18) em uma propriedade rural no município de Japorã, distante 476 km da Capital.
Em entrevista ao Capital News, o deputado estadual Pedrossian Neto (PSD), que já havia se manifestado sobre o tema, disse que Mato Grosso do Sul precisa virar a página do assunto e produtores rurais precisam de paz para conseguirem produzir.
“Isso aconteceu no passado, já provou que deu errado. Nós temos um agronegócio pujante, agricultura familiar e o produtor rural precisa de paz no campo”, pediu.
Ainda conforme o parlamentar, boa parte do sucesso de Mato Grosso do Sul se deve ao modelo adotado nos últimos anos, que permitiu uma grande produção de soja, milho, cana-de-açúcar e intensificação da pecuária. “É esse modelo que nós temos que está sendo ameaçado de novas invasões. Mato Grosso do Sul precisa se vacinar em relação a este tema.” afirmou.
Um ofício deve ser enviado ainda nesta sexta-feira (24) pelo deputado à Secretaria de Estado de Segurança Pública, solicitando um monitoramento específico sobre as invasões e um plano de prevenção e mitigação em caso de novas ameaças para que o Estado esteja de prontidão.
Wagner Guimarães/ALEMS
Deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD)
As invasões estão sendo anunciadas inclusive pelo perfil do Instagram do grupo Frente Nacional de Luta (FNL), que além de invadir propriedades no estado sul-mato-grossense, invadiu fazendas nos municípios de São Paulo, e a justiça ordenou que se as propriedades não fossem desocupadas, teria intervenção policial.
Aos produtores rurais, que temem por invasões, Pedrossian garante que o Governo do Estado agirá firmemente para coibir qualquer tipo de invasão, esclarecendo que a forma de cobrar reivindicações deve ser sem violência. “Nós temos um Estado democrático de direito e teremos um Estado atuando firme contra esse tipo de coisa.”
A Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), presidida por Guilherme de Barros Bumlai, por meio de nota, se manifestou repudiando às invasões ocorridas no Estado.
“A solução da questão fundiária brasileira depende de interlocução entre os poderes constituídos da República, devendo prevalecer, sempre, a segurança jurídica e o devido processo legal, não podendo ser admitidas quaisquer espécies de invasão, seja em bens públicos, seja em bens particulares. A instituição da invasão de terras é violação ao direito de propriedade, coloca em risco não tão somente vidas como também a segurança jurídica do produtor rural e alimentar da sociedade, afetando toda a cadeia produtiva do agronegócio. A Acrissul, sempre vigilante e na proteção do legítimo direito de propriedade, informa ainda, que já oficiou e iniciou interlocução com as autoridades competentes para que tomem medidas legais preventivas para coibir tais atos.”
A reportagem do Capital News tentou contato com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), mas não obteve retorno até o momento.
