O programa Educação para a Nova Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deverá garantir 16,2 milhões de matrículas de jovens e adultos nos próximos quatro anos, graças a um investimento de R$ 10,5 bilhões. A informação é do presidente da CNI, deputado Armando Monteiro (PTB-PE), convidado da audiência pública promovida pela Comissão de Educação (CE) nesta quarta-feira (21). Os cursos, segundo explicou, serão oferecidos nas áreas de educação básica, continuada e profissional.
A audiência foi proposta pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) com o objetivo de debater o programa educacional promovido pela CNI. De acordo com Armando Monteiro, esse programa é a resposta que a entidade oferece "a momento desafiador pelo qual passa o Brasil". O deputado lembrou que a indústria brasileira está cada vez mais exposta à competição internacional e que promover a qualificação da mão-de-obra e do capital humano é imprescindível para o desenvolvimento do País.
- Os ganhos de produtividade da indústria nos próximos anos dependerão da capacidade de inovar processos, e isso só poderá ser feito se tivermos pessoal qualificado. Hoje o trabalhador precisa de mais escolaridade para assimilar o processo de treinamento. Só combinando educação básica, continuada e profissional será possível elevar a escolaridade do trabalhador brasileiro - afirmou Armando Monteiro.
O deputado explicou que o programa foi concebido de forma confederativa, baseado no chamado "Sistema S", em um processo articulado, reunindo e consolidando orçamentos de 27 departamentos regionais do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O "Sistema S" é formado por organizações criadas pelos setores produtivos - indústria, comércio, agricultura, transportes e cooperativas - com a finalidade de qualificar e promover o bem-estar social de seus trabalhadores.
Armando Monteiro reconheceu que o maior desafio da entidade é conseguir mobilizar os recursos necessários para garantir a execução do programa. Nesse sentido, a CNI deverá buscar crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos deverão ser investidos na modernização de infra-estrutura física do sistema, especialmente na informatização e nos laboratórios das escolas do Sesi e Senai, garantindo assim a oferta de 28 mil computadores que equiparão, de acordo com o deputado, todas as escolas do Sesi do Brasil. Esse dinheiro será destinado também ao aparelhamento de 510 laboratórios de ciências.