O candidato ao Senado pela Coligação A Força do Povo, Dagoberto Nogueira (PDT), acha que a guerra fiscal é benéfica para os estados menos desenvolvidos e no caso de Mato Grosso do Sul defende a adoção de incentivos fiscais diferenciados para levar indústrias às regiões menos atraentes, como o Norte e Sudoeste. Dagoberto abriu, nesta segunda-feira, rodada de entrevistas no Bom Dia MS, da TV Morena.
O incentivo linear, segundo Dagoberto, acaba concentrando as indústrias ao longo da divisa com São Paulo. “As empresas optam pela melhor logística e maiores centros consumidores. Se não houver incentivo não há razão nenhuma para elas saírem dos grandes centros”, diz Dagoberto. A seu ver, acabar com a guerra fiscal abre, ainda, um grande risco de MS não ter mais nenhuma fonte de geração de emprego. “É importante continuar dando incentivos, senão vamos ter indústrias apenas nas divisas entre os estados".
Reforma tributária – Dagoberto Nogueira diz que a reforma tributária proposta no Congresso é ruim para Mato Grosaso do Sul e defende acordo para que se dê mais tempo aos Estados para se desenvolverem do ponto de vista da infra-estrutura e logística e disputar os investimentos, tanto públicos quanto privados.
“A reforma tributária como está sendo colocada não é regra boa, porque só temos condições de atrair indústrias em função dos incentivos. Por que uma empresa deixaria de se instalar em São Paulo, onde há mão de obra mais qualificada, infra-estrutura, rodovias e portos, a não ser pelos incentivos? As grandes indústrias só vieram para o Estado em função dos incentivos, por isso essa luta deve continuar”.
Segundo o candidato, caso seja eleito senador, vai defender projetos que melhorem a infra-estrutura. É nesse setor que os investimentos devem se concentrar, disse. Ele lembra da BR-359, visualizada como eixo fundamental à integração de Coxim, Alcinópolis e Costa Rica, pois depende da ligação dessa via com o modal ferroviário e centros consumidores como Goiás, Minas Gerais e São Paulo para a expansão industrial.
Dagoberto Nogueira se disse contra a cobrança de tributo de pequenos empresários enquadrados no Simples e lamenta que não pode fazer muito nessa questão, por ser essa uma competência da União e Estados.
Dagoberto Nogueira prometeu ainda, durante entrevista ao Bom Dia MS, que que vai lutar no Congresso para assegurar a indenização de proprietários de terras que tiverem áreas tomadas por demarcação indígena, tanto pelas benfeitorias quanto pela terra nua. A política fundiária voltada à demarcação de áreas indígenas, segundo o candidato, é um retrocesso, porque ameaça produtor titulado com escritura pública há mais de século.
O candidato ao Senado defendeu, ainda, a aprovação do Código Florestal, porque, na sua opinião, define as competências sobre a fiscalização. “Hoje é muito complicado ao produtor não saber a quem prestar contas. O Código, da forma como foi colocado, é muito justo. Antes um órgão autorizava, outros embargavam, não havia tranquilidade no setor”, disse Dagoberto, prometendo, caso seja eleito, retomar a discussão sobre o retorno da concessão da ferrovia ao poder público. Na sua opinião, as privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso foram um retrocesso e hoje o Estado luta para viabilizar duas novas ferrovias integradas a SP e Paraná.
Outros candidatos
De acordo com o sorteio, a rodada de entrevistas com os candidatos ao Senado no Bom Dia MS prossegue nesta terça-feira com o candidato do PSOL, Jorge Batista. Na quarta-feira, 25, o entrevistado será Murilo Zauith (DEM). No dia 26, quinta-feira, a entrevista será com Waldemir Moka (PMDB). Delcídio Amaral (PT) encerra a rodada de entrevistas, no dia 27.
Todos os candidatos terão tempos iguais. Após entrevista no telejornal, os candidatos também serão entrevistados pelo Portal da TV Morena, assegurando a todos os concorrentes o mesmo espaço para divulgação de suas propostas.(Fonte: Tv Morena)
