Alan Santos/PR
Tereza Cristina pode trocar pré-candidatura ao Senado para tentar ser vice-presidente
Apesar de negarem o que apontam as diversas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro, a alta cúpula bolsonarista está preocupada com os números que mantém o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) na frente e com possibilidade de vitória já no primeiro turno, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) está em segundo, mas estagnado. Para tentar quebrar esse teto, a mira está no voto feminino e, assim, a deputada federal sul-mato-grossense e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP), voltou a ser opção para compor a chapa na disputa e pode mudar a eleição no Mato Grosso do Sul.
A previsão era de que Bolsonaro chegaria ao estágio de tecnicamente empatado com Lula em maio ou, no máximo, em junho, como chegou a dizer o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e um dos líderes do Centrão, bloco que apoia o governo no Congresso Nacional. Estacionado entre 27% e 33%, dependendo do levantamento, pesquisas apontam que a vantagem de Lula entre o eleitorado feminino é considerável – último DataFolha apontou o petista com 49% da preferência entre as mulheres, contra 23% do mandatário. Assim, a equipe do presidente da República voltou a defender o nome de Tereza Cristina para ser a candidata a vice no lugar do General Braga Netto, dado como certo para a vaga até então.
O próprio Bolsonaro voltou a cogitar a possibilidade da troca. “[Braga Netto] é um nome palatável, é um nome de consenso, que sabe conversar com o Parlamento. É um colega meu da Academia militar. Ele pode ser vice. Alguns querem a Tereza Cristina, um excelente nome também. Mas isso vai ser definido mais tarde", disse o presidente nesta terça-feira (14).
Senado pelo MS
A mudança afetaria diretamente a eleição para a vaga do Senado em Mato Grosso do Sul. Tereza Cristina é pré-candidata e vem articulando para ter o apoio do pré-candidato do PSDB ao governo do Estado, Eduardo Riedel, pupilo do atual governador, Reinaldo Azambuja.
A ex-ministra tem liderado as pesquisas. Levantamento Real Time Big Data, divulgado nesta terça pelo site R7, coloca Tereza Cristina com 29%, na frente de Odilon de Oliveira (PSD), com 15% e o ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta (União Brasil), com 13%.