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Política Sexta-feira, 22 de Agosto de 2008, 15:52 - A | A

Sexta-feira, 22 de Agosto de 2008, 15h:52 - A | A

Vereadores são contra as demarcações indígenas

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br) - (DA)

presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Edil Albuquerque (PMDB) disse hoje que o legislativo municipal prestou um serviço ao Mato Grosso do Sul durante a sessão de ontem (quinta-feira, 22) ao abrir espaço para que representantes da sociedade civil, em especial dos produtores rurais, expusessem seus receios quanto às portarias números 788, 789, 790, 791, 792, 793, publicadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) no dia 10 de julho, no Diário Oficial da União (DOU), visando à demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul.

O levantamento antropológico da Funai se dá sobre uma área de 76.707 km, em 26 municípios, o equivalente a 1/3 da área territorial de Mato Grosso do Sul. Os municípios que podem ser atingidos são Amambaí, Antonio João, Aral Moreira, Bela Vista, Bonito, Caarapó, Caracol, Coronel Sapucaia, Douradina, Dourados, Fátima do Sul, Iguatemi, Japorã, Jardim, Juti, Laguna Carapã, Maracaju, Mundo Novo, Naviraí, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, Sete Quedas, Tacuru e Vicentina.

“Apesar de os problemas incidirem sobre outros municípios, Campo Grande não poderia ficar de fora desta luta, pois na verdade esta agressão da Funai atinge toda a economia do Mato Grosso do Sul. Portanto, os vereadores da Câmara Municipal trouxeram este debate para o legislativo municipal e entregaram uma carta de apoio aos produtores rurais e a sociedade sul-mato-grossense prestando sua solidariedade a esta luta que é de todos nós. Não podemos ficar de braços cruzados esperando a Funai destruir nosso estado”, afirmou Edil.

Sessão

Ontem, durante a sessão, produtores rurais e vereadores fizeram coro quanto às repercussões negativas que às portarias da Funai podem gerar no estado. O primeiro a falar foi diretor o secretário da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul), Dácio Queiroz da Silva: “Há uma ameaça real que paira sobre toda essa região, criando uma insegurança jurídica prejudicial aos produtores, aos trabalhadores, aos investimentos e à própria autonomia do Estado de Mato Grosso do Sul”, afirmou.

O presidente do Movimento Nacional dos Produtores (MNP), João Bosco Leal, lembrou que o Brasil possui 255 etnias indígenas espalhadas por 488 reservas delimitadas, demarcadas, desapropriadas e homologadas, o correspondente a 12,4% de todo o território nacional. “Em nome dessa população tão pequena diante da grande população brasileira, vamos prejudicar o setor produtivo que produz metade da riqueza que o Brasil exporta e gera emprego. Não tem sentido a gente desmanchar o setor do agronegócio, em favor de uma pequena parcela da população que já tem muita terra”, afirmou.

Também presente, o ex-senador Lúdio Coelho reforçou o posicionamento da classe: “Tenho dificuldades em entender as razões que levam o poder público federal a interferir numa região do nosso estado que está funcionando bem. A região que está sendo objeto da avaliação dos antropólogos é a que mais produz riqueza para Mato Grosso do Sul, uma riqueza distribuída em todas as áreas, beneficiando em especial as populações urbanas. Não cabe na minha cabeça que vamos procurar chifre em cabeça de cavalo”, afirmou Lúdio. (Com Assessoria)

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