Renata Silva/Capital News
Eu amo o que faço, adoro ouvir as histórias de já ouvi cada uma, brinca Grace
A conversa com a Grace começou com uma gargalhada, daquelas bem gostosa de ouvir. Eu a conheci no bar aonde ela trabalha atualmente como gerente, durante o jogo do Brasil na copa do mundo, pensei: Nossa! Não posso deixar de fazer uma reportagem com essa jovem senhora.
"Eu amo o que faço, adoro ouvir as histórias de já ouvi cada uma"
Grace Amarakzs é daquelas pessoas de sorriso fácil, que gosta de conversar e agradar as pessoas. Natural de Araçatuba, interior de São Paulo, aos 14 anos veio para Campo Grande e há 35 anos, quase metade da vida dela, é dedicada ao atendimento a clientes. “Eu amo o que faço, adoro ouvir as histórias de já ouvi cada uma”, brinca.
Na conversa, em frente ao balcão aonde trabalha, Grace fala que é no trabalho que se distrai, que esquece das funções de casa é no bar, local aonde trabalha atualmente, que faz um papel de psicóloga. Isso porque é com ela que as pessoas gostam de falar sobre trabalho, relacionamento, brigas em casa ou as vezes vão só pra falar um oi. Segundo Grace, o bar, é o local ideal para isso.
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Poxa você é Dez!! imagina só quem faz isso nos dias de hoje, depois alguém limpar sua mesa?
No trabalho atual ela está há três anos, mas trabalhou durante 30 num bar que fechou por causa de falência. No antigo trabalho era conhecida como a “mãe” de todos, ela fala que era devido a forma que tratava à todos, com muito cuidado e atenção.
Grace destaca que a atenção e a descontração sempre foram os seus fortes, características que ela não só leva para a vida como para o ambiente de trabalho. “Esses dias eu estava no bar e ouvi um barulho de copo, virei para trás rapidamente e o cliente me disse: Ah! Você é rápida hein? Não derrubou a cerveja, foi só o copo, detalhou ele. Ai eu brinquei, agora derrubou. Falei assim: Como você vem num bar e não derruba uma cerveja, não sai de quatro andando? Então você não me venha, pelo amor de Deus” detalhou.
"Isso que te alimentou a vida inteira, nunca mais quero ouvir você falando isso"
Casada há 35 anos, sustentou o filho único Rafael Rodrigues Teixeira, de 30 anos, hoje formado, com a renda do bar. Ela fala que certa vez, logo na adolescência ele disse que saiu para uma balada e não quis pagar os 10% da taxa de serviço, ela ficou furiosa. “Ele falou bem assim: Eu não pago 10% mãe, não adianta. Eu disse: O que? Isso que te alimentou a vida inteira, nunca mais quero ouvir você falando isso” destacou.
Paulista, Grace fala que ama a Capital
Morena é que adora trabalhar com o público, “com o tempo vai criando um laço, uma amizade, as pessoas já te chamam pelo nome e vem no bar, muitas vezes só para te ver”. Ela destaca que encontrou o seu lugar no mundo e se emociona ao falar que muitas vezes as pessoas não valorizam quem trabalha nessa área.
"Meu trabalho é ótimo! Realizo com muito amor e carinho o que me é pedido"
Ela sabe que o trabalho muitas vezes é cansativo, não dá status e tão pouco retorno financeiro exorbitante, no entanto não se importa com isso porque o que conta mesmo, para ela é fazer o que gosta. Tem dias que chego em casa tão feliz que até me emociono, simplesmente pelo fato de receber um “'Poxa, você é Dez!!' imagina só quem faz isso nos dias de hoje, depois alguém limpar sua mesa? Meu trabalho é ótimo! Realizo com muito amor e carinho o que me é pedido”.
Ela finaliza a reportagem dando um show de sabedoria para quem está nesse meio e até para quem trabalha em outras áreas. “Atender é uma arte. Quem vai trabalhar com o público precisa entender isso. Vai fazer? Faça com muito amor”, finaliza.
Renata Silva/Capital News
Atender é uma arte. Quem vai trabalhar com o público precisa entender isso
