Gratidão a Deus e a equipe de Enfermagem foi o primeiro sentimento que a dona de casa Daniela dos santos ferreira de 28 anos, sentiu ao ter a filha recém-nascida nos braços. A pequena nasceu prematura e por causa disso precisou ficar três meses internada até receber alta hospitalar.
Daniela é mãe de outras duas meninas, Aysla Lorraine de 11 anos e Kethellyn Izabelly de 9, as gestações delas foram tranquilas, diferente da Maria Eduarda. A pequena nasceu com 28 semanas, sendo que o correto, de acordo com o Ministério da Saúde, são 37 semanas, o motivo: a mãe teve pré-eclâmpsia.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 2021, 12.738 crianças nasceram em Campo Grande, sendo que 9,42% delas prematuramente, ou seja, foram 1,2 mil partos antes das 37 semanas de gestação no município. Este ano, na Capital, só no primeiro semestre, o número total de nascidos vivos é de 6,504, sendo 12,88% prematuros, o que corresponde a 838 gestações interrompidas antes da 37ª semana.
A pré-eclâmpsia é um dos motivos que pode antecipar uma gestação. A doença é mais conhecida como hipertensão gestacional e se caracteriza pela elevação dos níveis tensóricos a partir da vigésima semana de gravidez em uma gestante sem diagnóstico prévio da doença.
Ela pode acarretar complicações graves, até mesmo fatais, para a mãe e o bebê. A pressão arterial elevada e proteína na urina são as principais características. Também pode haver inchaço nas pernas e retenção de líquido, mas pode ser difícil de distinguir de uma gestação normal.
Maria Eduarda nasceu com 645 gramas no dia 06 de agosto de 2020, no Hospital Universitário, em Campo Grande. As duas ficaram internadas, Denise, pelo período de 11 dias e a pequena Maria Eduarda 90 dias até se recuperar de uma cirurgia.
A pequena hoje está com 2 anos e três meses é uma menina esperta, alegre e que brinca muito. No entanto, por causa da prematuridade, faz acompanhamento na Apae, ela ficou com uma dificuldade na respiração. “Foram dias muito difíceis, estávamos no auge da pandemia. Eu não podia receber visitas e nem minha filha”, relembra.
Este mês é celebrado o "Novembro Roxo", mês internacional de sensibilização à prematuridade. O assunto é importante e precisa ser debatido na sociedade. O objetivo desta campanha é conscientizar a população sobre os cuidados e prevenção do parto prematuro.
A prematuridade pode ocasionar implicações ao recém-nascido, entre elas, problemas pulmonares, deficiências motoras, infecções respiratórias crônicas, doenças cardiovasculares ou diabetes e possibilidade de ter problemas de aprendizagem ou comportamentais.
A campanha de 2022 tem como tema “Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento”.
E por que a cor roxa?
O roxo simboliza sensibilidade e individualidade, características que são muito peculiares aos prematuros. O roxo também significa transmutação, ou seja, mudança, transformação.