A multinacional de origem americana Archer Daniels Midland (ADM) está mais próxima de assumir a administração dos 18 silos de armazenagem da Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cooagri), sediada em Dourados (MS). A ADM apresentou proposta de arrendamento da estrutura da cooperativa, já aprovada por seus sócios, mas ainda depende de acordo com os credores da Cooagri.
Em comunicado, a múlti informou ontem, sem entrar em detalhes, que "as negociações entre a ADM e os principais credores da Cooagri, conduzidas pelos assessores financeiros da cooperativa, Banco Merrill Lynch de Investimentos e CCAB Projetos e Soluções Financeiras, avançaram de forma importante para a finalização do acordo". No comunicado, a ADM disse ainda que "tem condições de iniciar suas operações rapidamente, assim que as negociações forem concluídas".
A proposta de arrendamento dos silos de armazenagem da Cooagri à ADM foi aprovada pelos associados da cooperativa em 13 de fevereiro. Com o aval, múlti e cooperativa acreditavam que as operações poderiam ser assumidas ainda em fevereiro, o que não foi possível em virtude de restrições impostas por alguns credores.
Ao Valor, alguns dos credores já declararam que o impasse ocorreu por conta dos pedidos de descontos nos débitos, que teriam sido de até 70%, e dos prazos para quitação dessas dívidas. O trabalho da ADM, desde então, tem sido o de negociar com os credores para obter aprovação a seu plano.
O aval de todos os credores é necessário porque, por ser cooperativa, segmento regido por lei própria, a Cooagri não pode requisitar recuperação judicial - nesse caso, a aprovação dos credores não precisaria ser unânime. "Se não se conseguir adesão unânime, não vai adiantar de nada", diz Leonardo Loubet, do escritório Pithan & Loubet Advocacia, que representa a Cooagri no caso. A crise financeira da Cooagri estourou em 2008, quando sua dívida atingiu R$ 240 milhões. (Página Rural)
