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Rural Terça-feira, 27 de Maio de 2014, 15:16 - A | A

Terça-feira, 27 de Maio de 2014, 15h:16 - A | A

Agronegócio busca saídas para ganhar agilidade

Malu Cáceres - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Ao lançar o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/2015, no dia 21, a presidente Dilma Rousseff fez um balanço positivo do Programa de Investimento em Logística (PIL). "A primeira etapa das concessões foi bem-sucedida. Rodovias como a 163, em toda a extensão do Mato Grosso do Sul, e no Mato Grosso até Sinop, e a BR-050, entre Goiás e Minas Gerais, na região do Triângulo Mineiro, passaram à administração privada e deverão ser duplicadas em até cinco anos", afirmou na ocasião. Ao todo, o PIL totaliza investimentos de R$ 240 bilhões.

No dia 22, durante o evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro (Fiesp/Firjan), empresários, executivos e especialistas da área de infraestrutura e agronegócio discutiam como lidar com os gargalos de logística que encarecem o escoamento da produção agrícola. "Temos de nos virar com as rodovias, pois vamos continuar a depender muito delas nos próximos 15, 20 anos", afirmou José Vicente Caixeta Filho, diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

A alternativa de escoamento da safra pelo Norte, atualmente um centro de desenvolvimento de estradas, ferrovias, hidrovias e terminais portuários, deve mudar o perfil logístico brasileiro. Segundo o coordenador-executivo do Movimento Pró-Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Edeon Vaz Ferreira, considerando a safra de soja e milho de 162,5 milhões de toneladas (2013), o Norte produziu 87,9 milhões de toneladas, 54,1% do total; consumiu 17 milhões de toneladas e exportou, a partir da região, 10,1 milhões. "O excedente de 60,8 milhões de toneladas é o que vai saturar os portos de Vitória, Santos, Paranaguá, São Francisco do Sul e até o de Rio Grande", explica.

Na parte Sul, a produção menos o consumo doméstico rendeu um superávit de 5,4 milhões de toneladas, que, somado ao excedente do Norte, resultou em embarque de 66,2 milhões de toneladas para exportação. O volume tende a aumentar. Para 2017/2018, a expectativa é de que o Brasil responda por um terço da produção mundial de soja. De acordo com informações da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) Santos está perdendo carga de valor agregado por causa da grande concentração na chegada dos caminhões, motivo de formação de grandes filas e confusões no porto no ano passado. Segundo a Codesp, a situação melhorou depois que foram adotados, neste ano, novos procedimentos para um sistema de agendamento que existe desde 2006.

Havia só o monitoramento da movimentação mas agora há agendamento da chegada. Com essas informações e dados do monitoramento, se estabelece uma capacidade máxima para cada terminal, em janelas de seis horas - 80 caminhões a cada seis horas - para o granel e de duas, para demais cargas. Outra medida que ajudaria a diminuir a concentração na chegada é estender o horário das entregas para o período noturno, segundo o superintendente da Codesp. Hoje, a partir das cinco horas da tarde não é possível mandar uma carga de Santos para uma indústria em São Paulo porque não tem ninguém para receber.
 

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