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Rural Quinta-feira, 26 de Março de 2009, 11:43 - A | A

Quinta-feira, 26 de Março de 2009, 11h:43 - A | A

Apesar de socorro financeiro, Independência ainda deve R$ 51 milhões

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Após a confirmação de fechamento também da unidade de Nova Andradina, e demissão de 1.400 operários, o Frigorífico Independência traz à tona problemas com os seus fornecedores, os pecuaristas.

Além do problema social-econômico que a situação impõe em Nova Adnradina, que vive da agropecuária – das 2.414 propriedades 2.018 se dedicam à criação de 377 mil bovinos -, o frigorífico deixa uma dívida de R$ 51 milhões. A dívida, referente também a outras unidades fechadas, corresponde a 41 mil cabeças de gado.

A dívida da unidade de Anastácio seria de aproximadamente R$ 22 milhões (18 mil cabeças) e de em Nova Andradina, R$ 29 milhões (25 mil cabeças).

Na unidade de Nova Andradina estão de aviso prévio 1,4 mil funcionários, que desde fevereiro estavam em férias coletivas em virtude da suspensão nos abates. O grupo ainda não anunciou o fechamento da unidade de Campo Grande. No entanto, os abates na capital estão suspensos desde o início de fevereiro e 400 funcionários foram demitidos. Ao todo, nas três unidades do Independência em Mato Grosso do Sul foram demitidos 2,7 mil pessoas.

Com os cortes iniciados na terça-feira, no país cinco unidades do frigorífico já foram fechadas e 4,8 mil funcionários perderam seus empregos, de acordo com a companhia, que está em processo de recuperação judicial desde o último dia 2 de março.

Em novembro do ano passado o Independência foi beneficiado com empréstimo de R$ 250 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e esperava a liberação de mais R$ 150 milhões para os próximos meses, a título de participação acionária do banco na empresa.

Segundo a nota divulgada ontem pela assessoria do Independência, o fechamento de unidades e as demissões são parte de um programa de ajuste das operações da indústria “à realidade do mercado atual, que foi severamente impactado pela menor demanda internacional, pelo excesso de oferta de carne, tanto no mercado doméstico como nas exportações, e pela queda nos preços de venda da carne, e fez com que as operações apresentassem uma margem bruta negativa de dois dígitos nos últimos meses”.

CRISE

Conforme estimativa da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), a dívida dos frigoríficos com pecuaristas do Estado ultrapassa os R$ 100 milhões, o que corresponde a aproximadamente 90 mil cabeças de gado. Além dos R$ 51 milhões devidos pelo Independência nas unidades de Anastácio e Nova Andradina, o frigorífico Campo Oeste (fechado em setembro de 2008) deve R$ 8 milhões; frigorífico Estrela, de Ribas do Rio Pardo (fechado em outubro de 2008), deve R$ 7 milhões; Vitória, de Nioaque (fechado em novembro de 2008), deve R$ 1,5 milhão; as unidades Margem de Três Lagoas, Paranaíba e Rio Verde devem R$ 21 milhões, e frigorífico Garantia de Itaporã, com R$ 5 milhões.

Segundo números do Ministério da Agricultura, dos 36 frigoríficos com SIF (Serviço de Inspeção Federal) habilitados a abater bovinos no Estado, 16, ou 45%, estão definitiva ou temporariamente fechados. Levantamento da ABF (Associação Brasileira de Frigoríficos) indica que pelo menos 50 unidades estão com os abates paralisados em todo o país por conta dos reflexos da crise financeira internacional no setor, responsável pela geração de pelo menos 15 mil postos de trabalho.

(TV Morena)

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