Atraso no plantio do milho deve encarecer frete

O atraso no plantio do milho poderá resultar em "congestionamento logístico" nos principais Estados produtores do país. Um dos desdobramentos previstos pelos analistas é o aumento do custo do frete, já que, com a demora para a semeadura em razão de problemas climáticos, a colheita do milho deverá, em parte, coincidir com a da soja.

"Ainda não dá para saber com exatidão, mas há quem já preveja que o custo do frete pode até dobrar por causa do atraso no plantio", diz Paulo Molinari, da Safras&Mercado. "Esta entressafra está complicada. O trabalho deveria estar bem mais adiantado". O preço do grão também tende a subir com o plantio postergado.

O atraso do começo da temporada de chuvas prejudicou praticamente todos os Estados produtores localizados acima do Paraná. Segundo o último levantamento sobre plantio da Safras&Mercado, o plantio até 30 de novembro chegou a 83,9% da área total. No mesmo período do ano passado, ela já havia chegado a 89,4%. Para a safra 2007/08, a estimativa é de que o milho ocupe 5,715 milhões de hectares no centro-sul do país, em comparação com os 5,577 milhões de hectares do ciclo anterior.

Entre os principais produtores, apenas Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão com o plantio adiantado em comparação com o ano passado. Até 30 de novembro, os produtores gaúchos semearam em 96% do 1,12 milhão de hectares que a cultura ocupará, fatia que havia sido de 94% em 2006. Santa Catarina, por sua vez, conseguiu elevar de 86% para 92%. No Estado, 764 mil hectares serão dedicados à cultura.

"Ainda vai levar mais uns 30 dias para o plantio terminar. Normalmente, o trabalho estaria terminado entre 10 e 15 de dezembro", afirma Molinari. Goiás é o Estado que apresenta maior atraso. Até 30 de novembro, o trabalho foi concluído em 78% dos 623 mil hectares dedicados ao milho. Em 2006, quando a cultura ocupou 630 mil hectares, o plantio ocupava 97%. (Com informações do Valor Econômico)