A pecuária leiteira e de corte em Mato Grosso do Sul sofrem anualmente com o período de estiagem. Pensando em minimizar os danos da seca, técnicos da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) orientam agricultores familiares sobre o uso do capim Mombaça como forma de ensilagem.
O engenheiro agrônomo e técnico da Agraer de Nova Andradina, Rodrigo Zanoni, explica que o clima frio e seco do inverno diminui o crescimento das pastagens e resulta na redução da produção de leite, carne, emagrecimento dos animais e até morte do gado por falta de alimento. “Uma das formas de resolver o problema é o armazenamento de alimento produzido no período das águas (verão) sob a forma de silagem”, orienta.
O primeiro sítio a experimentar a técnica foi o agricultor familiar Ilson Luiz da Silva, do assentamento Teijin. “Plantei em novembro e fiz a silagem do capim agora em fevereiro. Quis porque a Agraer explicou que o mombaça tem a vantagem de baratear o custo e render muito na matéria-prima”, diz.
A silagem só será aberta entre maio e junho. “Eu estou com silagem de mombaça e de milho. Fiz dos dois tipos para ver como os animais vão aceitar. Por enquanto, eu senti o benefício do mombaça na produção, por causa do sol que é muito forte na região e para o cultivo do milho é mais trabalhoso”, justifica.
Segundo o agricultor, outra vantagem foi no bolso. “Com o cultivo de milho em uma área de dois hectares tenho um custo de R$ 7 mil, do começo ao fim da produção. E com o mombaça o custo cai para R$ 4 mil. Tenho aí uma economia de pelo menos 40%”.
De acordo com o engenheiro agrônomo Zanoni, o capim Mombaça possui outras vantagens: maior resistência às estiagens, facilidade de plantio, possibilidade de nova ensilagem ou pastoreio da área após a silagem.