Pecuaristas sul-mato-grossenses aguardam solução no mercado pecuário para voltar abater seus animais. Com a JBS envolvida em constantes notícias negativas relacionadas a corrupção do país, a esperança é o crescimento de frigoríficos menores para melhorar o preço da arroba e dar mais segurança para o recebimento.
De acordo com a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), cerca de 300 mil cabeças estão prontos para o abate nos pastos do Estado, mas a queda acentuada no valor da arroba vem fazendo os pecuaristas segurarem a venda.
O boi gordo está em média R$ 123, 14% abaixo do mesmo período em 2016. Maior frigorífico do país, a JBS passou desde maio a pagar somente com 30 dias deixando os criadores com receio.
Ao jornal O Progresso, o pecuarista Luis da Costa Vieira Neto disse que manteve um lote pronto para o abate durante dois meses, mas optou pela venda à JBS devido as contas à quitar.
“Não adianta eu segurar o boi, a conta chega e eu tenho que quitar, porque se não pagar o juros será maior. Eu tenho despesa em 30, 35 dias e preciso abater o gado agora para chegar lá e ter o dinheiro. Estamos dando um crédito para a JBS e esperamos que a empresa não massacre os produtores”, disse preocupado.
Para ajudar os pecuaristas, o governo reduziu a alíquota do ICMS de 12% para 7% nas vendas de gado para outros estados.
“Esse gado sai e vai trazer arrecadação, incrementando o volume de vendas, possibilitando que o Estado receba essa arrecadação que não contava, e o pecuarista resolva seu problema que é pagar as contas”, disse o presidente da Acrissul, Jonatan Barbosa.