O economista Pedro Pedrossian Neto aconselha criar um conselho da carne em Mato Grosso do Sul para ajudar a bovinocultura no Estado, traçando planilhas para auxiliar os pecuaristas e podendo até estabelecer um preço mínimo nas arrobas. A ideia foi repassada para o chefe-geral da unidade Gado de Corte Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Cleber Oliveira Soares, e para o gerente de relações institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul), Rogério Bereta, que opinaram sobre a proposição.
Para Pedrossian Neto, um conselho idêntico existe no segmento do leite no Estado, e para a carne seria uma alavanca que melhoraria o desenvolvimento da pecuária, que perde cada vez mais espaço para os grãos. “Com um preço mínimo, não iríamos mais ficar reféns de alguns poucos frigoríficos que determinam o preço”, completou.
De volta ao Estado, após formar-se na cidade de São Paulo e trabalhar por cinco anos na área internacional da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o economista ajuda a família na administração de uma propriedade rural em Miranda, mantém uma consultoria na capital paulista, além de outros projetos que virá a desenvolver.

Pedro Pedrossian Neto acredita que conselho estabeleceria inclusive preço mínimo
Foto: Deurico/Capital News
Embrapa
Segundo Soares, seria “interessante para os pecuaristas ter um fórum de discussão do preço mínimo da carne”. “Não sendo somente mais um fórum, sou favorável”, reflete. Contudo, o chefe-geral da Embrapa acredita que para se ter uma política de preços nas arrobas, a proposição “tem de ser dada em nível nacional”.
Soares explicou que existem alguns comitês no âmbito federal que debatem questões de preço, e que no Estado há discussão entre algumas entidades acerca de questões técnicas do setor, como a Embrapa, a Famasul e a Associação dos Criadores (Acrissul).
E informou que existe a Câmara Setorial Nacional da Carne, idealizado pelo Ministério da Agricultura, na qual participam várias entidades, inclusive a sua, mas que “não regulamenta o preço”.
Famasul
Já Bereta entende que “existe uma diferença entre o preço da carne no mercado e o preço do boi no posto [fazenda]”. Disse que a ideia de se estabelecer uma câmara comum para a carne é bem estudada pela Famasul, que a discute desde o ano passado. “Atualmente é traçada [a ideia] por algumas universidades brasileiras e está em fase de estudo”, adiantou.
Para o gerente de relações institucionais, o que a pecuária estadual precisa é de um grupo técnico que avalie todas as ações na área, para “aumentar a produção, diminuir custos, melhorar as condições dos impostos, melhorar a relação dos pecuaristas com as indústrias e aumentar o acesso ao mercado externo”.