Em um ano, Mato Grosso do Sul registrou avanço de 103% no valor pago pela saca de milho. Dados levantados pelo Departamento Técnico do Sistema Famasul em parceria com a Aprosoja/MS apontam que o valor médio pago ao produtor rural subiu de R$ 37,29 para R$ 85,75 por saca, em 2021. Esse avanço deve-se principalmente à alta no mercado internacional.
Analista técnica do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira destaca os motivos que levaram a valorização. “Há a combinação de dólar valorizado e preços internacionais em alta, impulsionados pelo consumo mundial aquecido e a oferta ajustada, comportamento observado em todas as commodities agrícolas”, explicou via assessoria.
Eliamar Oliveira explica que a valorização no mercado internacional sustentou os preços do cereal, contudo, a economista afirma que os comerciantes e consumidores estão cautelosos quanto à comercialização e aguardam o resultado da safra. “Um exemplo é que a comercialização antecipada do milho está praticamente inalterada em relação ao começo de junho, mostrando que os produtores estão com foco no acompanhamento das lavouras. A comercialização do milho 2ª safra atingiu 40,08%”, ressaltou.
Apesar da alta das cotações, a analista técnica da Famasul esclarece que a valorização não significa que o produtor está recebendo esses valores, visto que o setor sofre com a escassez de estoques de milho.
“A conjuntura está favorecendo a remuneração, porém o cenário foi desfavorável no início do plantio com custos de produção mais elevados, semeadura fora da janela ideal e fatores climáticos negativos. Os altos custos e perda de produtividade na lavoura reduzem a lucratividade do produtor e impactam na rentabilidade do investimento”, destacou Eliamar.
Mato Grosso do Sul ocupa o segundo lugar no ranking de comercialização do milho junto ao mercado internacional, exportando cerca de 451 mil toneladas. Conforme a Famasul, os cinco principais compradores do milho produzido em MS correspondem a 75,75% da receita de exportações do cereal, no valor de US$ 61,5 milhões. São eles Egito, Malásia, Peru, Taiwan e Coreia do Sul.