A indústria de Mato Grosso do Sul deve importar da Bolívia cerca de 50 mil toneladas de soja neste ano. A soja começa a ser colhida no país vizinho entre 15 de outubro e 15 de novembro e o volume deve chegar a 1,8 milhões de toneladas do grão.
O Estado importa a soja porque, diante da alta do produto no mercado interno e impulsionada pela demanda externa aquecida, o preço do grão pago aos países vizinhos são mais atrativos.
Para os próximos anos, a entrada da Bolívia na importação do produto vai influenciar nos preços pagos pelas indústrias em Mato Grosso do Sul. “A soja é um dos principais insumos da ração na avicultura e suinocultura, atividades que estavam amargando custos elevados em função da alta do grão. Com preços menores, essas cadeias ganham competitividade, aumentam sua produção e, por conseqüência, a demanda de soja. Todos saem ganhando”, enfatiza o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS), Almir Dalpasquale.
A Instrução Normativa (IN) nº 21 publicada pelo Mapa aponta os requisitos fitossanitários para importação de grãos, com rigor para que a soja esteja livre de restos vegetais, impurezas e material de solo.
A importação deverá contar com Certificado Fitossanitário (CF), emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária (ONPF) do país exportador, e com a Declaração Adicional (DA) de “livre da praga Botrytis fabae". O produto também deve passar por Inspeção Fitossanitária feita por laboratórios da Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários (Lanagro).
O engenheiro agrônomo e assessor técnico da Federação de Agricultura e Pecuária (Famasul), Lucas Galvan, explica que as regras adotadas pelo Mapa garantem a fitosanidade da produção sul-mato-grossense. “São medidas preventivas para evitar a contaminação da lavoura por pragas e doenças e garantir assim a qualidade da soja. É uma segurança para o produtor”, afirma.