Entidades do Estado e do Paraguai participaram de uma discussão hoje pela manhã sobre as estratégias de sanidade animal no combate a febre aftosa e selaram um acordo mútuo de harmonização nas ações de defesa sanitária. A agenda, que aconteceu durante reunião da Câmara Setorial de Bovinos e Bubalinos, confirmou ainda um encontro entre os serviços de defesa sanitária de ambos - Iagro e Senacsa - que deve acontecer nos próximos dias. "Não são palavras jogadas ao vento, o importante é a vontade política dos produtores de se aproximar e partir para a ação", destacou a secretária Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (Seprotur), durante a reunião.
Para a diretora presidenta da Agência de Defesa Sanitária do Estado (Iagro), Maria Cristina Carrijo, que fez uma breve apresentação sobre a "Repercussão da febre aftosa no Paraguai", a eliminação, definitiva, do vírus só vai acontecer quando tivermos uma visão única. "Temos que enxergar a região sem a premissa de fronteiras. O vírus é o mesmo e nós continuamos apanhando financeiramente e socialmente", ressaltou ela.
Já o presidente da Associação Rural Paraguaia, Juan Nestor Nuñez Irala, enfatizou que "Vamos trabalhar para uma harmonização de ações já que todos nós temos o mesmo interesse: vender nossa carne”.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), Eduardo Riedel, as reuniões - em Assunção, ontem (17), e em Campo Grande, hoje (18) - representam um marco no controle da doença. “É uma nova fase nas relações com o Paraguai. Isso sinaliza a construção de agenda positiva para os produtores e autoridades”, analisou Riedel.
A secretária Tereza Cristina reforçou o apoio. “A colaboração entre Brasil e Paraguai será essencial nesse momento. Todas as ações de controle foram implementadas. Agora devemos fiscalizar e orientar os produtores onde ele estiver”, complementa Tereza. A próxima reunião envolvendo os dois países vai tratar do calendário de vacinação. “Vamos colocar à disposição o conhecimento da Iagro para potencializar a imunização”, disse a secretária.
A articulação para realização das reuniões em Assunção e em Campo Grande foi elogiada pelo presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho. “É um problema não só do Paraguai e de Mato Grosso do Sul. É uma situação que necessita de um envolvimento ainda maior. Devemos acabar com a aftosa em toda a América Latina”, disse Cesário.
O encontro contou ainda com a presença de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia, da Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), o Sindicato Rural de Campo Grande e da ONG Recove. (Com informações Famasul)