Campo Grande 00:00:00 Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025


Rural Sábado, 21 de Junho de 2014, 07:11 - A | A

Sábado, 21 de Junho de 2014, 07h:11 - A | A

Pecuária tem aumento de custo de 5% no primeiro trimestre

Alessandra Marimon - Especial para o Capital News (www.capitalnews.com.br)

Segundo dados do boletim Ativos da Pecuária de Corte, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os pecuaristas tiveram mais despesas, após valorização do bezerro, o encarecimento dos suplementos minerais e o reajuste do salário mínimo.

A publicação mostra que, enquanto o aumento médio do preço do bezerro foi de 11,93%, as despesas com suplementação mineral aumentaram 2,31%, e o reajuste salarial teve elevação de 6,78%. Juntos, os três itens representam 82% do COE.

De acordo com os dados, o Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba os gastos do dia a dia, subiu 5,52% nos primeiros três meses do ano. Já a alta do Custo Operacional Total (COT), que inclui o COE mais a depreciação de patrimônio, foi de 4,82% no mesmo período.

Segundo o levantamento, uma das justificativas para a alta foi a restrição de animais para abate, o que influencia também os preços dos animais de reposição, os bezerros. A seca foi outro fator que provocou a alta dos custos de produção, já que reduziu as pastagens e o produtor teve de aumentar o uso da suplementação mineral para suprir a ausência de chuvas. O reajuste do salário mínimo em janeiro também pesou no COE.

O boletim afirma que a retomada das chuvas em março não foi suficiente para reverter os efeitos da seca. Investimentos em pastagem foram perdidos, houve queda de qualidade de silagem e alta nos preços da ração e suplementação mineral.

Ainda no primeiro trimestre, outros itens, como adubos e corretivos e defensivos agrícolas, também acumularam altas de 3,33% e 2,77%, respectivamente.

Na avaliação da CNA e do Cepea, a expectativa é de aumento da demanda por carne bovina, em função da Copa do Mundo e alta do dólar, o que obrigará o pecuarista a aumentar a oferta de animais para abate.

O estudo constatou ainda um aumento expressivo de produtividade na pecuária nos últimos anos, nas propriedades que utilizam os regimes de recria e engorda do rebanho. De 2002 a 2013, a quantidade de animais por hectare subiu 44% na região Sul e 43% no Centro-Oeste. Na região Sudeste e na Bahia, a ampliação foi de 24%, enquanto na região Norte, a ampliação foi de 21%. Segundo o boletim, o cenário é reflexo da redução das áreas de pastagem, substituídas por culturas como soja e cana-de-açúcar.

O boletim destaca que pecuaristas têm buscado elevar a produtividade por meio do manejo de pastagem, otimização de técnicas de produção, ou ainda, por meio da integração lavoura-pecuária.

Para acessar o boletim na íntegra clique aqui.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS