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Rural Terça-feira, 24 de Março de 2009, 11:15 - A | A

Terça-feira, 24 de Março de 2009, 11h:15 - A | A

Produtor de soja precisa aprender a conviver com ferrugem

Da Redação

Certas práticas do cotidiano garantem, senão a correção de um problema, a diminuição de seus efeitos. Por conta disso, o comportamento preventivo é cada vez mais uma atitude de economia e com vista a resultados mais satisfatórios.

Mato Grosso do Sul adota a prática do vazio sanitário da soja desde 2007, e tem alcançado bons números no controle da doença. Em 2008, foram detectados 207 focos da ferrugem asiática. Neste ano, já são 130 ocorrências informadas à Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro). A queda representa melhores práticas dos produtores.

“Os fiscais que estão em campo têm observado que os produtores estão mais conscientes da necessidade de informar a ocorrência de foco. Isso faz com que o controle da doença torne-se uma prática. O fungo pode ainda existir na propriedade, mas o aparecimento da doença vai se tornando cada vez mais raro”, explica Marise Garcia, fiscal da área de defesa sanitária vegetal.

Segundo ela, a informação do foco é uma maneira de prevenção. Ainda que o vazio sanitário – que acontece de 1º de julho a 30 de setembro – seja respeitado pela maioria dos produtores, o período de chuvas (sobretudo os meses de janeiro e fevereiro) oferece maior risco para a produção.

“O produtor precisa se atentar ao período de formação do grão, que leva em média, dois meses após o plantio. Se a planta for atacada neste período, a produtividade pode cair. Mas o papel do responsável técnico é orientar sobre como proceder”, acrescenta a fiscal.

Na maioria dos casos, o responsável técnico é um engenheiro agrônomo, que analisa o estágio da planta, as condições do solo e o clima para definir qual defensivo será aplicado. Outro fator considerado pelo responsável é se na região houve foco, o que pode indiciar as atividades de controle. Uma arma já utilizada por alguns produtores é o uso de sementes modificadas, que prometem ser mais resistentes ao fungo.

Mesmo que o produtor permaneça 90 dias sem plantar, durante o período de vazio sanitário, a prática não é vista como um ataque à produtividade da lavoura, e sim, como uma atitude preventiva, na tentativa de evitar maiores transtornos. Além disso, o vazio sanitário estimula a produção de culturas de entressafra, como milho safrinha, sorgo e feijão.

A inspeção na lavoura deve ser de duas a três vezes por semana. Em caso de localizar um foco da ferrugem, uma amostra deve ser enviada ao laboratório cadastrado na Iagro. Ao receber a amostra, o laboratório já efetua o cadastro no site da Iagro. Porém, é obrigação do produtor também informar, na possibilidade de ser multado caso não o faça.

“Logo após o vazio sanitário, o produtor informa à Iagro a área a ser plantada na safra. Na ocasião, ele recebe um recibo com um número de cadastro. Esse mesmo número é usado no cadastro de foco, também pelo site da Iagro”, elucida Marise.

O produtor que não informa a ocorrência de foco pode ser multado em 100 Uferms (R$ 1.406). Mais informações pelo site www.iagro.ms.gov.br ou pelo telefone 0800 647 2788. (Com assessoria)
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