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Rural Terça-feira, 15 de Maio de 2012, 10:15 - A | A

Terça-feira, 15 de Maio de 2012, 10h:15 - A | A

Recursos do BNDES para grandes frigoríficos foi discutido pelo Movimento Nacional Contra o Monopólio

Melice Sguissardi - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Cerca de 200 produtores rurais de várias partes do Brasil, compareceram na noite desta segunda-feira (14) no Movimento Nacional Contra o Monopólio dos Frigoríficos, realizado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), em Campo Grande, com a intenção de alertar autoridades políticas sobre a dificuldade que o produtor enfrenta no mercado para comercializar a carne bovina de corte no Estado, devido à falta de opção de frigoríficos para atender toda a demanda, causando um monopólio entre dois grandes grupos que Mato Grosso do Sul possuiu. São 2 da Marfrig e 15 do JBS, de um total de 39 empresas. Isso representa, mais de 50% do abate de carnes no Estado.

“Vou dar nomes aos bois, eu já ouvi da boca de diretores do JBS, dizendo que a arroba do boi não pode passar de R$ 70,00, será que nós merecemos isso? Não podemos mais aceitar que eles controlem o mercado desse jeito. Se não fosse por outras atividades como a Cana-de Açucar, produção de grãos o pecuarista já estava falido” – afirmou Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente da UDR, durante seu discurso.

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Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente da UDR
Foto: A. Ramos/Capital News

A bancada à frente foi composta por líderes de entidades voltadas ao agronegócio, como Acrimat, Democrática Ruralista (UDR), Sociedade Rural Brasileira ( SRB), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Nacional dos Produtores de Bovino de Corte (ANPBC), Associação Fazendeiros do Xingu (ASFAX), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul) e Associação de Proprietários Rurais de Mato Grosso (APR-MT), além dos Senadores Delcídio do Amaral e Waldemar Moka.

Cada um falou por 3 minutos e questionaram a liberação de verdadeiras fortunas pelo BNDES para os dois grandes grupos comprarem pequenos frigoríficos e depois fecharem, acabando com a concorrência e prejudicando mais uma vez a comercialização da carne. “ O dinheiro do BNDS serve para pequenos produtores e pequenas industrias, o governo tem que enxergar que não é isso que está acontecendo. Tem que ter mais fiscalização” – Ressaltou Chico Maia, presidente da Acrissul.

A Secretária da Seprotur ( Secretária do Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo) Tereza Cristina Correa da Costa Dias, abordou o desemprego que causa quando pequenos frigoríficos fecham.“ Normalmente essas industrias são projetadas em municípios com grande concentração de pessoas que muitas vezes dependem dela para sobreviver, se o frigorífico fecha dificulta muita para a sociedade” – afirma a presidente que alega ainda ser muito cedo para qualquer posição do Governo do Estado. “Temos que ouvir os dois lados, ver o que eles alegam. É muito cedo para qualquer posicionamento e vamos confiar no Cade para fazer o trabalho de monitoramento deles que, até agora, não constatou irregularidades”, disse.

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Secretária da Seprotur - Tereza Cristina Correa da Costa Dias
Foto: A. Ramos/Capital News

De acordo com o presidente da Famasul Eduardo Riedel, foi feito um estudo pela própria Famsul onde aponta que estes dois frigoríficos detêm mais de 50% da produção. “Só o JBS tem 32%. Acima de 20% da concentração do mercado é considerada monopólio, o Governo deve investigar isso” – afirma para a reportagem do Capital News.

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Presidente da Famasul Eduardo Ridedel
Foto: A. Ramos/Capital News

Já o Senador Moka, acredita desnecessário uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o caso dos monopólios. “Esta programada para esta terça-feira (15) uma reunião com o Cade em Brasília e eu vou para discutir o caso”.

Por fim, o vice-presidente da Acrissul, Jonathan Barbosa, leu para todos os presentes a Carta de Campo Grande, elaborada e aprovada por uma comissão formada por lideranças e que em breve será encaminhada para a Comissão Parlamentar Agropecuária da Câmara e do Senado. “O documento será levado à frente parlamentar. É o início para tentar avançar neste sentido” - afirmou o presidente da Acrissul.

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Liderança da cadeia produtiva na bancada
Fotos: A. Ramos/Capital News

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