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Rural Segunda-feira, 14 de Abril de 2008, 15:18 - A | A

Segunda-feira, 14 de Abril de 2008, 15h:18 - A | A

Safra de verão apresenta produtividade histórica

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br) (JG)

Apesar do atraso no plantio provocado pela seca e das chuvas fortes prejudiciais ao controle sanitário das lavouras, a safra de verão 2007/08 encerra a colheita durante esta semana mantendo produtividade histórica no Estado. O balanço é do engenheiro agrônomo Jerônimo Alves Chaves, novo superintendente de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Agrário da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo (Seprotur).

Ele explica que o gráfico histórico manterá sua evolução ascendente, embora a safra não aponte números recordes, já que há queda na área em 0,9% frente 2007, com 2,8 milhões de hectares e de 0,1% na produção, com 8,4 milhões de toneladas.

“A safra será igual ou ligeiramente inferior a 2007, o que é muito positivo, afinal, historicamente, vem crescendo, e com recuperação de renda”, explica, lembrando porém que neste ciclo, em algumas áreas, a recuperação será menor.

Quanto aos resultados da colheita de verão, ainda não contabilizados pelos institutos de pesquisa nacionais, Chaves adianta sua previsão para o período. No quesito rendimento, destaca que a safra não foi linear, o que já sinalizavam os números da Conab e IBGE. “Há pontos de excelência, com bons resultados, contudo, em outras regiões, esteve abaixo do rendimento médio estadual”, revela.

O superintendente lembra que não é possível esperar rendimento de 50 a 60 sacos de soja por hectare, valores superiores à média sul-mato-grossense. Sua previsão aponta produção de 4,9 milhões de toneladas para área de 1,72 milhões hectares. “A produtividade está oscilando em 47 sacos por hectare”, comenta.

Atividade de risco – Apesar dos preços das commodities estimulem a expansão e a verticalização da produção, para Chaves a safra de inverno terá os mesmos números de 2007, quando foram plantados 900 mil hectares, obtendo produção de 2,6 milhões de toneladas. No caso do milho, ele lembra que está sendo plantado com ligeiro atraso, uma vez que governo e instituições ajustaram as datas do zoneamento da cultivar.

“Esta cultura apresenta alto risco de produção em função de adversidades climáticas”, esclarece, lembrando que nos últimos anos a área total da cultura no Estado esteve próxima aos 858,9 mil hectares, sendo 764,8 mil somente no inverno. A produtividade média histórica está na casa dos 3 mil quilos por hectare, ou seja, de 50 sacos por hectare. Números suficientes, afirma Chaves, para o abastecimento do Estado e apoio da expansão da produção de carne.

Conquistas – Dentre os avanços registrados na safra de verão, Chaves aponta a implementação do vazio sanitário da soja, que agora dará seqüência a complementação cadastral das unidades de produção com base nos números colhidos na safra 2007/08.
“Este foi um avanço importante e o produtor já está consciente de que precisa cadastrar suas áreas de plantio, e o vazio cumpriu sua missão”, elogia, informando que haverá, daqui em diante, intensificação na integração entre os agentes da pesquisa, defesa sanitária e de assistência técnica na busca de maior eficiência no controle das doenças da soja.

O superintendente também aponta a estabilidade dos mercados e os avanços significativos dos preços, como indicativo de que, do ponto de vista da rentabilidade do produtor, possamos ter uma das melhores safras dos últimos cinco anos.

“Os preços vigentes estão acima daqueles praticados na safra passada. Embora boa parte dos produtores tenham feito a comercialização antecipada, já avançamos bastante na melhoria de renda”, aponta.

Desafios – Além da ampliação de área, tanto no plantio de inverno como no verão, e a necessidade de massificação do uso de tecnologia, Chaves aponta a diversificação de culturas e novos processos de gestão como itens obrigatórios ao avanço do setor. Para ele, será preciso uma gestão focada na redução de riscos e manutenção dos investimentos, com rentabilidade.

Neste processo, pontua, será preciso maior inserção nos mercados externos, com a busca de alternativas de mercado para a defesa da produção, e consciência de que a agricultura é uma atividade de alto risco. “O produtor trabalha com variáveis incontroláveis, como o clima”.

“Precisamos avançar no seguro rural e na irrigação para aproveitarmos, por exemplo, parte destas terras que ficam ociosas no outono e inverno, produzindo renda com sustentabilidade”, conclui, lembrando que dos 2,8 milhões de hectares utilizados na safra de verão, 1,9 milhões ficam paradas na safra de inverno. (Com assessoria)

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