Seguro agrícola e irrigação podem ampliar área da safra de inverno em MS

Com a safra de verão praticamente colhida, os produtores sul-mato-grossenses seguem agora para o plantio dos 900 mil hectares destinados à safra de inverno. Considerando área total das duas safras no Estado, estimada no ciclo 2007/2008 em 2,8 milhões de hectares, o Estado mantém o desafio: como ampliar a produção estadual nos dois milhões de hectares inutilizados no inverno.

Para o novo superintendente de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Agrário da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo (Seprotur), engenheiro agrônomo Jerônimo Alves Chaves, esta realidade histórica pode ser mudada com alguns investimentos e ações pontuais, como “a implementação do seguro rural, irrigação e ferramentas de gestão que garantam ao produtor boas condições de trabalho e comercialização”, propõe.

Nesta safra, os 2,8 milhões de hectares devem produzir 8,4 milhões de toneladas de grão. Embora Chaves lembre que os números ainda não estejam fechados, principalmente pela grande oscilação produtiva, grande tônica desta safra, o desafio de ampliar a produção no inverno vai continuar.

“A safra será igual ou ligeiramente inferior a 2007, o que é muito positivo, afinal, historicamente, vem crescendo, e com recuperação de renda”, explica, lembrando porém que neste ciclo, em algumas áreas, a recuperação será menor.

Alto Risco

Apesar dos preços das commodities estimularem a expansão e a verticalização da produção, para Chaves a safra de inverno estará nos mesmos patamares de 2006/07. Neste período, foram plantados 900 mil hectares, obtendo produção de 2,6 milhões de toneladas. No caso do milho, cultura predominante da estação, ela aponta um ligeiro atraso no plantio, já que governo e instituições ajustaram as datas do zoneamento da cultivar.

“Esta cultura apresenta alto risco de produção em função de adversidades climáticas”, esclarece, lembrando que nos últimos anos a área total da cultura no Estado, verão e inverno, esteve próxima aos 858,9 mil hectares, sendo 764,8 mil somente no inverno. Quanto à produtividade, deve permanecer em três mil quilos por hectare, ou seja, 50 sacos por hectare. Ele afirma que são números suficientes para o abastecimento do Estado e apoio da expansão da produção de carne.

Para a ampliação de área, tanto no plantio de inverno como no verão, Chaves aposta na diversificação de culturas e uso de novos processos de gestão, itens obrigatórios ao avanço do setor, especialmente no inverno. Para ele, será preciso uma gestão focada na redução de riscos e manutenção dos investimentos e rentabilidade.

Neste processo, pontua, será preciso maior inserção nos mercados externos, com a busca de alternativas para a defesa da produção, além da maior conscientização de que a agricultura é uma atividade de alto risco.

“O produtor trabalha com variáveis que são incontroláveis, uma delas é o clima”, conclui, reafirmando que será preciso avançar no seguro rural e na irrigação para aproveitar parte destas terras que ficam ociosas no outono e inverno, produzindo renda com sustentabilidade. (Com Assessoria)