Os pecuaristas de todo o país poderão contar com mais uma forma de negociação de boi gordo para abate. Iniciativa da Comissão de Bovinocultura de Corte Da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), o projeto que foi lançado nesta segunda-feira (12), é chamado de Venda e Compra Eletrônica de Carne Bovina.
As negociações serão realizadas pela plataforma Eletrônica da Bolsa Brasileira de Mercadorias, o BBMNet, em três modalidades: negociação à vista, registro de balcão à vista e registro de balcão a termo. Os pecuaristas contam com 420 corretoras filiadas à Bolsa para fazer as ofertas.
Segundo o assessor de novos produtos da Bolsa, Edílson Alcântara, o sistema descreve o boi como “commodities”, assim como a soja, algodão. “O sistema traz segurança, visibilidade e credibilidade na oferta. Conversamos com os pecuaristas e traduzimos a tradição em regras. Se fizer uma oferta na bolsa, vai ter quer cumprir”, explica.
Edilson diz que o pecuarista interessado deve procurar um a corretora cadastrada à Bolsa. A partir daí, ele vai caracterizar o seu rebanho, descrever o lote para aí ofertar. Ele acredita que a modalidade vai beneficiar ambas as partes, tanto pecuaristas quanto frigoríficos, que poderão negociar.
“O produtor é tradicional por natureza, mas não é burro. Se não souber mexer na internet, um corretor fará isso.. Hoje em dia o produtor é dono, mas não põe preço, ele pergunta quanto o mercado está pagando. Com o sistema ele vai poder dizer o quanto ele quer pelo rebanho”, afirma.
Entre os benefícios apontados do sistema eletrônico, está a garantia de pagamento, já que o boi só será embarcado após pagamento de 90 % do total. “Após arrematar, o frigorífico tem 10 dias para buscar o boi. Três dias antes da busca ele tem que depositar os 90 %”, explicou o coordenador da Comissão de Bovinocultura de Corte da Famasul, José Lemos Monteiro.
Monteiro afirma que a maneira do produtor negociar não muda, o que muda é o ambiente. Para Alcântara, após problemas com o Frigorífico Independência, a intenção é dar garantia aos pecuaristas.
No entanto, os integrantes da Bolsa acreditam que o sistema não traz vantagens somente para os pecuaristas, mas também para os frigoríficos, já que os menores também poderão negociar com os pecuaristas.
O presidente da Famasul, Eduardo Corrêa Reidel, disse estar otimista com a aceitação dos pecuaristas, pois segundo ele, o traz muitos benefícios. “ É um sistema moderno, de confiança entre as cadeias”.
Por: Nadia Nadalon-estagiária (www.capitalnews.com.br)