Um levantamento do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio de Mato Grosso do Sul (Siga-MS) aponta que os produtores rurais do estado já semearam cerca de 60% da área que será cultivada com soja no ciclo 2014/2015, o que representa cerca de 1,5 milhão de hectares, de um total de 2,3 milhões que deverão ser plantados com a oleaginosa.
Entre os municípios com plantio mais adiantados estão Amambai e Aral Moreira, na região sul do estado, com 90% de áreas já semeadas, e os mais atrasados são Pedro Gomes e Sidrolândia, no centro e norte, que plantaram apenas 50% da área prevista até o momento. Segundo a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), no mesmo período do ano passado, os agricultores sul-mato-grossenses já haviam plantado cerca de 90% da área de soja da temporada.
O atraso ocorreu, conforme a entidade, em razão de uma período de estiagem registrada no estado em outubro, o que provocou o deslocamento da janela de plantio do grão em 30 dias. O adiamento, na avaliação da associação, não deverá comprometer a produtividade do grão, mas afetará a segunda safra de milho, a safrinha, que é cultivada na mesma área, logo após a colheita da oleaginosa.
Na avaliação do presidente da Aprosoja/MS, Maurício Saito, a safrinha ficará com o período de cultivo espremido. “O plantio de milho de 2015 sofrerá impacto, pois o cultivo depende de dois importantes fatores: da luminosidade, que fica comprometida com os dias mais curtos do inverno, e do clima, com maior risco de perdas devido a geada”, explica. Saito comenta que Mato Grosso do Sul não está sozinho nos prejuízos com a estiagem. Mato Grosso e Paraná, importantes produtores de grãos, também sentem os reflexos do período de seca.