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Rural Quarta-feira, 21 de Maio de 2008, 15:50 - A | A

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Sojicultores fazem campanha de prevenção da ferrugem asiática

Sato Comunicação

Os produtores rurais do município de São Gabriel do Oeste, a 141 quilômetros de Campo Grande, já fazem campanha para divulgar o vazio sanitário. A preocupação justifica-se pelo prejuízo ocasionado pela ferrugem asiática na safra 2006/2007, quando os sojicultores dos municípios chegaram a acumular prejuízos de até 40% de produtividade.

O assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), Lucas Galvan, aponta o vazio sanitário como uma das mais importantes medidas para evitar que se repita o que aconteceu, ocasionando perdas de 5% na produção total do Estado. “A doença é causada por um fungo que permanece inativo nos locais de plantio, desde que não encontre condições ideais (de calor e umidade) para se manifestar. Uma vez surgidas essa cond ições ele volta a ficar ativo, infestando novamente as lavouras. A existência de plantas no período de entressafra acaba perpetuando a doença porque elas são as hospedeiras naturais do fungo”, explica Galvan.

Ele acrescenta que a conscientização dos produtores quanto à obediência ao vazio sanitário para a soja – que vai de 01/06 a 31/09 – é fundamental para que haja diminuição de incidência dos focos de ferrugem. “A colaboração de todos é imprescindível para que se consiga o controle da doença, já que a completa erradicação é difícil”, ressalta o assessor.

Essa é também a opinião do presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Almir Dal Pasquale. “Precisamos do apoio de todas as entidades ligadas ao setor, no sentido de promover uma maior conscientização dos produtores quanto à importância do vazio sanitário, sem o que estaremos sujeitos a assistir a repetição da mesma situação na próxima safra”, destaca.

Segundo o presidente da Aprosoja, a produtividade das lavouras da região, que nor! malmente é de 3500 kg/ha acabou ficando em torno de 1800 kg/ha na safra 2007/2008. “Em média, a queda de produtividade foi de 40%, mas em casos mais graves chegou a 60% e até 70%”, disse ele, acrescentando que “as conseqüências foram gravíssimas para a economia do município, do estado, e principalmente para o produtor, que viu agravada a sua situação financeira”.

Ele esclareceu, por fim, que, embora o aparecimento de ferrugem asiática tenha sido o principal fator da quebra de produtividade, este acabou sendo agravado pelas condições climáticas desfavoráveis. “O período de chuvas contínuas atrasou as aplicações dos defensivos e também dificultou a entrada dos produtores nas áreas plantadas para o correto procedimento, sem contar que a própria umidade, por si só, diminui bastante a eficácia dessas aplicações”, explicou o presidente.

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