Com o fim do vazio sanitário da soja e a chegada das chuvas, os produtores de Mato Grosso do Sul se preparam para iniciar o plantio da oleaginosa. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) estima que, no estado, esta safra renderá mais de 1,7 milhão de hectares plantados.
A determinação do vazio serve para que a incidência de ferrugem asiática sobre a soja seja menor e evite maiores perdas. Mas, de acordo com o engenheiro agrônomo da Federação, Lucas Galvan, o plantio deve começar mesmo só na segunda quinzena de outubro, como recomendado pelo zoneamento agrícola de risco climático do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O zoneamento agrícola se baseia na média histórica de chuvas para fazer as previsões sobre as melhores épocas para o plantio. Segundo Galvan, o que acontece é que apenas os produtores que respeitarem a recomendação terão acesso aos instrumentos de política agrícola, como crédito rural e seguro rural.
“Quem vai plantar com recursos próprios pode iniciar o plantio. Mas para este ano todo cuidado é pouco, uma vez que as previsões dos meteorologistas indicam que haverá uma estiagem em janeiro por conta da influência do fenômeno La Ninã”, explica.
Já a ferrugem asiática é um fungo que causa a desfolha precoce da planta e com isso a redução na produção de grãos. “Com o vazio, o fungo fica sem seu principal habitat, o problema demora mais a aparecer e o gasto com fungicidas e a queda de produção é menor”, aponta Galvan.
Além de Mato Grosso do Sul, os estados de São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins e Maranhão também aplicam a medida para a produção de soja.