Campo Grande Quinta-feira, 02 de Maio de 2024


Saúde Quinta-feira, 08 de Novembro de 2007, 15:16 - A | A

Quinta-feira, 08 de Novembro de 2007, 15h:16 - A | A

Brasil lidera definição de políticas de prevenção do câncer

Instituto Nacional do Câncer

O Brasil vai sediar, entre 25 e 28 de novembro, o 2º International Cancer Control Congress (ICCC 2007). O congresso será aberto pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e conta com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a participação dos principais organismos internacionais de combate ao câncer. O objetivo central do encontro, trazido para o Brasil pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), é reforçar a ótica mundial do câncer como problema de saúde pública e fomentar a criação de políticas globais que ampliem a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, racionalizem os gastos públicos, reduzam a incidência de novos casos e melhorem a qualidade de vida de milhões de pacientes.

Mais de 500 especialistas de diferentes países participarão dos quatro dias de evento, que contará com 415 trabalhos científicos e conferências apresentando resultados de pesquisas, novas estratégias de prevenção, projeções de expansão e custos do tratamento. A programação foi montada para oferecer um painel sobre a situação atual da doença no Brasil e no mundo.

Segundo o diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini, o papel da informação para a prevenção da doença é determinante. Atualmente, o câncer do colo de útero - prevenível, tratável e curável - é o segundo de maior incidência e a quarta causa de morte em mulheres no Brasil. Um dos problemas identificados é que se atua em uma fase tardia da doença, onde os sintomas e sinais já estão instalados. “No caso das mulheres, tomar consciência da importância do exame preventivo pode representar a diferença entre vida e morte”, explica Santini, que também é o coordenador-geral do congresso.

No último ano, foram registrados 130 mil óbitos e estimados 470 mil casos novos de câncer no Brasil. Um volume maior do que o número de casos de aids acumulados em 24 anos. Entre 1979 e 2003, a taxa de mortalidade pela doença cresceu 30% e os gastos do governo federal na assistência oncológica de alta complexidade aumentaram em 103%, de 2000 a 2005.

A Política Nacional de Atenção Oncológica, lançada em dezembro de 2005 pelo Ministério da Saúde (MS), foi uma medida para lidar com esta situação. Para Santini, a realidade brasileira se insere no quadro mundial. ”A OMS calcula que o número estimado de novos casos de câncer em todo o mundo chegará a 15 milhões em 2020. A doença já é a segunda causa de mortes no mundo.

Atualmente 20 milhões de indivíduos vivem com câncer, sendo que cerca de 10 milhões morrem anualmente. A incidência tem aumentado tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, como resultado da crescente exposição a fatores de risco e do aumento da expectativa de vida”, afirma o diretor-geral do INCA.

Segundo Simon Sutclif, presidente da Agência Canadense de Controle e Pesquisa de Câncer (BC Cancer Agency), o evento fomentará uma colaboração global para trabalhar por soluções realistas - considerando culturas e localizações geográficas distintas.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS