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Saúde Sexta-feira, 23 de Novembro de 2007, 17:47 - A | A

Sexta-feira, 23 de Novembro de 2007, 17h:47 - A | A

Corumbá já registrou 342 casos de catapora em 2007

Capital do Pantanal

Corumbá(MS)- Entra ano e sai ano Corumbá enfrenta surto de catapora. De janeiro até esta quinta-feira (21) o Controle de Vigilância Epidemiológica do município havia registrado 342 casos da doença, sendo que até setembro de 2006 apenas 78 foram notificados. Somente nas primeiras semanas de novembro eram 12 pessoas infectadas, mas, este número pode ser bem maior, pois muitos pais não procuram o médico para consultar os filhos.

“A catapora é uma doença onde de cada dez casos apenas um é notificado”, diz Márcia Valéria Venâncio dos Santos, responsável pela Vigilância Epidemiológica. Ela explica que a gravidade da doença vai depender de como reagirá cada organismo e pode ser mais complicada em adultos, adolescentes e mulheres grávidas.

Os sintomas mais comuns são: febre, manchas, bolhas avermelhadas e coceira. A enfermidade, também conhecida como varicela é transmitida por vírus através de gotículas de saliva, espirro ou tosse, ou pelo contato com o líquido das vesículas de quem está contaminado.

Apesar da varicela (como também é chamada a catapora) ser, em geral, doença benigna quando acomete crianças sadias, ela pode matar. A catapora é muito grave quando o doente é um adulto ou, principalmente, se a pessoa tem alguma doença que diminua a sua resistência.

Viviane Garcia Vargas de sete anos ficou duas semanas afastada da escola e das brincadeiras com os amigos por ter contraído a doença quando estava na igreja que freqüenta. “Ela teve febre alta e o rosto inchou e fiquei preocupada”, conta a mãe da menina a vendedora Evenilda Garcia Heredia explicando que o caso dela foi mais grave que dos dois outros filhos e por isso resolveu levá-la ao pediatra.

De acordo com a vendedora, o médico orientou que não deixasse a filha coçar, nem tirar casquinhas das feridas, para não deixar marcas. Evenilda afirma que o rosto e as costas foram os locais mais atingidos pelas manchinhas indesejáveis. Agora, recuperada Viviane voltou ao convívio com os colegas.

Vacina inacessível

A forma mais eficaz de prevenção é a vacina, que existe no Brasil desde 1998, mas ainda não está disponível à população na rede pública. A imunização gratuita só é oferecida às comunidades indígenas, e, os pais que quiserem vacinar os filhos em Corumbá têm que desembolsar a quantia de R$ 120 em clínica particular.

Somente crianças a partir de um ano podem ser vacinadas. Como é uma infecção sazonal, a catapora atinge, principalmente, crianças de um a cinco anos, com maior incidência no período de agosto a novembro. A doença é transmitida por vírus e por isso a pessoa infectada não pode se relacionar com a sociedade enquanto estiver com a doença. A catapora é altamente contagiosa e nesta época do ano se torna uma endemia na cidade.

Está tramitando na Câmara Municipal um projeto de lei da vereadora Cristina Lanza (PT) que autoriza o Poder Executivo a instituir a obrigatoriedade da aplicação da vacina contra a varicela nas crianças na faixa etária de um a seis anos de idade. Mas o documento ainda não foi aprovado pela aquela Casa de Lei.


Rubéola

Ao contrário da Catapora a situação da Rubéola em Corumbá está sob controle, já que a vacina é oferecida gratuitamente e boa parte da população está imunizada. Conforme dados da Vigilância Epidemiológica desde o começo do ano até agora 20 casos foram notificados e apenas dois confirmados.

Para erradicar de vez a rubéola o Ministério da Saúde está montando estratégias para a Campanha Nacional de Vacinação com a meta de vacinar 68 milhões de pessoas em uma única etapa.

O objetivo da campanha, que é considerada a maior já realizada pelo Ministério da Saúde, é eliminar a doença e a Síndrome da Rubéola Congênita no país até 2010. A vacinação será direcionada, pela primeira vez, também à população masculina. Dos 5.173 casos registrados até o final de outubro no Brasil, 3.562 (69%) acometeram pacientes do sexo masculino. As mulheres totalizaram 1.611 (31%) dos casos. A campanha acontecerá durante seis semanas nos meses de agosto e setembro de 2008.

Além do público adulto, com idade de 20 a 39 anos, o Ministério da Saúde quer vacinar jovens de 12 a 19 anos nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. Os adultos receberão a dupla-viral (rubéola e sarampo) e os jovens, a tríplice-viral (rubéola, sarampo e caxumba).

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