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Economia Quinta-feira, 12 de Março de 2009, 10:45 - A | A

Quinta-feira, 12 de Março de 2009, 10h:45 - A | A

Confiança do consumidor de MS alcança 61,4% em fevereiro

Da Redação (LM)

“A confiança do consumidor teve uma pequena melhora na avaliação de fevereiro de 2009, passando de 56,4% em novembro de 2008 para 61,4%. Em um primeiro momento pode-se afirmar que é uma resposta do sul-mato-grossense na esperança de uma melhora na economia do Estado e do Brasil, assim como, da sua relação financeira familiar”, destaca o coordenador da pesquisa José Francisco dos Reis Neto. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes), vinculado a Universidade Anhanguera-Uniderp.

O ICC é um instrumento utilizado para prever o desempenho da economia brasileira e sul-mato-grossense quanto ao sentimento de perspectivas positivas e negativas das políticas governamentais. “O ICC pretende ser um indicador de utilidade antecedente das variações de demanda da economia, da qual o consumo é o principal componente, e do nível geral de atividade econômica. Quando a confiança na economia for grande o consumo tende a aumentar seus gastos, significando mais demanda e, como conseqüência, o crescimento econômico. Se a confiança na economia é grande, as políticas governamentais tendem a ser bem avaliadas”, explica o coordenador do Nepes, professor Celso Correia de Souza. Para melhor expressar o ICC e os demais índices derivativos, adotou-se uma escala de 0% a 100% para efeito comparativo. Quanto maior o percentual maior será a confiança do consumidor.

Segundo José Francisco, mesmo com as notícias dos riscos financeiros mundiais, fatos brasileiros e mesmo regionais, mais de 42% da população indica que, em uma retrospectiva financeira doméstica, estão em melhor situação do que há um ano atrás, e 39% indica estarem em igual situação. Quanto à prospectiva financeira doméstica, mais de 67% acreditam que a família deverá estar melhor daqui a um ano e apenas 21% disseram que deverão permanecer em situação igual.

De acordo com dados levantados pela pesquisa, com relação à economia do país, 38% da população disse acreditar que nos próximos 12 meses haverá boas condições para negócios, contra 25% que pensam ao contrário. “É fortalecida esta percepção para os próximos cinco anos, quando 70% sentem que o país melhorará. O otimismo é uma característica interessante do comportamento do sul-mato-grossense, que mesmo em momentos cruciais que o Estado passou, com os episódios que afetaram o agronegócio em 2005, a esperança do ressurgimento de oportunidades é latente. Especula-se uma crise, mas a população acredita na solução em curto prazo”, comenta o pesquisador do Nepes.

Retração e menos dinheiro – O coordenador do Nepes, professor Celso Correia de Souza, ressalta outro dado importante apontado pela pesquisa do ICC. “Quase 40% da população indica que não é o momento oportuno de comprar bens de consumo duráveis. Assim, o comércio de móveis, geladeiras, fogões, televisões e outros eletrodomésticos deverá sofrer uma retração nos próximos meses. Sem dúvida, isto também deverá ocorrer para outros produtos e serviços de menor valor, já percebido e noticiado pelos lojistas”, acrescenta.

Já quanto ao dinheiro da família, quase 4% disseram que sobrará muito, 39% que sobrará um pouco. “Destacamos que para 54% da população será a conta exata ou faltará dinheiro no seu orçamento doméstico familiar. Isto influencia, sobremaneira, nas suas compras. Mais de 43% irão comprar menos e 41% a mesma coisa. É uma resposta da população a sua percepção ao grau da sua possibilidade de endividamento doméstico em curto prazo, e deve refletir na baixa transação econômica do varejo do MS. É o sinal que a crise atingiu o bolso do consumidor. Mesmo passageira, na percepção deles, mas já chegou”, pontua.

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