Depois de dias de angústia, o autônomo José Gonçalves Dias recebeu uma ligação do irmão, José, com quem não falava desde domingo.José mora há dez anos em Itajaí (SC), um dos municípios mais prejudicados pelas chuvas nos últimos dias, que já provocou a morte de 97 pessoas e desabrigou 78.656. O irmão estava ilhado em casa e só ontem descobriu o tamanho da tragédia de Santa Catarina.
Em entrevista ontem ao portal TV Morena e ao MS TV 1ª edição, José Gonçalves Dias disse que o último contato com o irmão foi na semana passada. “Tava tudo bem, ele nem comentou nada sobre a chuva”, disse. Os dois combinaram que voltariam a se falar no domingo. José viu nos noticiários o que tinha acontecido em Santa Catarina e tentou ligar para o irmão, sem sucesso.
Ontem, no fim da tarde, Joel Dias entrou em contato com o irmão. Ele explicou que estava ilhado em casa, localizado no bairro Promorar II. Sem luz, não tinha conhecimento do que havia acontecido em Itajaí e outros municípios de Santa Catarina. “A luz voltou ontem e ele começou a ver TV, ficou assustado”, disse Joel. “Ele disse que até agora só tinha visto água por todo lado, mas tava tudo tranquilo; agora que ficou sabendo de tudo, disse que parecia que ele estava em um filme”, conta o irmão.
Na casa de Joel, em Itajaí (SC), pelo menos outras 60 pessoas estavam ilhadas. A cunhada, Bárbara Fraga, conta que a família mora em kitnet, numa vila e várias pessoas foram para a área, que é mais alta. Havia alimento para todos e a única preocupação era quando que a água iria abaixar. “A gente nem fazia idéia”, disse Bárbara. As famílias estão com medo de sair para buscar ajuda por conta dos saques que estão acontecendo. José saiu agora de casa e foi ao trabalho, para saber o que ainda restou. Bárbara e outros moradores dos bairros Promorar I e Promorar II perderam todos os móveis. “A gente tá pensando em ir embora daqui, não sei ainda o que vou fazer”.
Itajaí é uma das cidades mais atingidas pelas chuvas dos últimos dois meses, que se intensificaram há cerca de cinco dias. Aproximadamente 80% da cidade está submersa. A água que desce do Vale do Itajaí pelo rio Itajaí-Açu chegou com mais força à foz, inundando áreas próximas. Apenas veículos pesados conseguiam transitar pela cidade durante o dia. Nos hospitais, faltou água potável. (TV Morena)
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