O deputado federal por Mato Grosso do Sul Dagoberto Nogueira (PDT) foi ouvido este mês pela PF (Polícia Federal) para responder a respeito do inquérito sobre “crimes contra o patrimônio e apropriação indébita” que pesaria contra ele. Via telefone, o parlamentar disse ao Capital News que foi à sede da PF “como testemunha” e que seu “nome deve ser logo tirado do processo”. Porém, conforme assessoria de imprensa do STF (Supremo Tribunal Federal) informa à nossa reportagem, ele aparece como indiciado, portanto, ainda de acordo com o setor, investigado sobre possível vínculo nos supostos crimes ocorridos no Detran-MS (Departamento de Transporte e Trânsito de Mato Grosso do Sul), órgão do qual foi superintendente, durante gestão do governo de Zeca do PT.
O inquérito investigaria supostos desvios feitos em 2005/2006 de recursos do Dpvat (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre). O Detran-MS e a Secretaria de Estado da Fazenda seriam órgão e instituição responsáveis pelas destinações das verbas. As investigações tramitam em segredo de Justiça, conforme assessoria do STF. Não há informação sobre os valores que teriam sido retirados indevidamente.
Conforme Dagoberto, o autor dos desvios foi um funcionário de uma empresa terceirizada e ele [Dagoberto] nem era mais superintendente do Detran-MS na época do suposto crime ter sido praticado. “Meu nome consta no processo só para ter uma autorização para eu ser ouvido. Fui lá [sede da PF], o delegado me perguntou se eu tinha grau de parentesco com ele [o autor, segundo Dagoberto], eu informei que não, que nem o conhecia e ele [delegado] me liberou. Foi isso.”
Para Dagoberto, tudo não passa de especulações. “Porque agora eu vou me candidatar ao Senado aparece isso. Isso estava fechado desde 2006, e agora, aparece isso. A troco de quê seria? Eu me desliguei em fevereiro de 2005 do Detran-MS para me candidatar em 2006. Quando tudo isso aconteceu, eu nem estava lá. E ainda foi descoberto tudo no computador deste funcionário terceirizado”, complementa Dagoberto.
Dagoberto ainda afirma que foi por livre e espontânea vontade, sem precisar ser intimado, à PF. “Fui eu e o Paulo Bernardo [atual ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão – que, na época em que teria havido as irregularidades, era secretário de Estado da Fazenda em Mato Grosso do Sul]. Falei para ele para nós irmos lá para resolvermos isso logo de vez. Vão ficar judiando da gente, eu disse a ele”, completa o deputado.
Além de Dagoberto e Paulo Bernardo, segundo assessoria de imprensa do STF, estariam indiciados: Roberto Teles Barbosa; João Roberto Baird; Dejanira Machado Recalde; e Juarez Lopes Cançado.
Clique aqui e confira a íntegra do inquérito, divulgada (para consulta pública) pelo STF
O número de deputados federais que respondem a ações no STF chega a 152, segundo levantamento realizado pelo Congresso em Foco, finalizado no dia 17 de setembro.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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