Apenas nove, dos 35 ônibus entregues nesta sexta-feira, 7, pelo prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, devem somar ao número da frota existente em circulação, para tentar diminuir a lotação nos transportes coletivos.
A maior parte dos ônibus novos que foram entregues hoje devem substituir os que já alcançam o tempo máximo de circulação. “Desses 35, 26 vão substituir os ônibus que estão há mais de oito anos nas ruas. Esse é o prazo que a gente considera para a troca na frota”, explica o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade.
De acordo com Rudel, os nove ônibus devem apoiar às linhas que estão sobrecarregadas, como a região das Moreninhas e do terminal Júlio de Castilho. “Eles vão para onde o fluxo está sendo maior, mas ainda vamos decidir ao certo a designação de todos”, afirma o diretor-presidente da Agetran.
Mais 20 ônibus ainda devem ser entregues até o final de setembro, segundo o presidente da Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano), João Rezende. Atualmente Campo Grande conta com uma frota de veículos no transporte público coletivo de 535 ônibus. Com os nove entregues hoje, a Capital passa a contar com 544.
Adaptados
Os 35 novos ônibus contam com o elevador para cadeirantes. Agora, Campo Grande passa a ter cerca de 60% de sua frota adaptada para portadores de necessidades especiais.
Para o prefeito, além da melhora no transporte coletivo, os ônibus irão oferecer mais facilidades aos deficientes. “Hoje eles querem sair de casa. Querem ter autonomia e isso é bom para eles”, declara.
O cadeirante José Vitor conta que no bairro Zé Pereira apenas um ônibus adaptado faz a linha
Foto: Reginaldo Rizzo / Capital News
Apesar das dificuldades, muitos deficientes não têm outra forma de se locomover a não ser o transporte coletivo. “Eu utilizo ônibus de segunda a sexta-feira. Eu moro no Zé Pereira e lá é uma das regiões onde mais tem cadeirantes e só tem um ônibus na linha que é adaptado. Agora eu espero que seja mais rápido”, conta o paratleta João Vitor, 22 anos.
Já a cadeirante Kelly Cristina, 25, afirma que mesmo nos ônibus adaptados, ainda há problemas, devido a lotação. “Se o nosso espaço reservado fosse usado apenas por deficientes seria muito bom, mas a gente tem problemas com as pessoas que nos atrapalham ocupando o nosso lugar”, explica.
No bairro Jardim Colúmbia II, onde mora Kelly, após muita “briga” foi possível remanejar dois ônibus adaptados para a linha da região. A cadeirante conta com empolgação as melhoras: “Foi uma mudança da água para o vinho. A gente poder ir para onde quiser é muito bom.”