Familiares de Rogério Mendonça, garoto de 2 anos assassinado com tiro em Campo Grande, protestam em frente ao Fórum da Capital, onde é realizada a primeira audiência sobre a briga de trânsito que ocasionou o crime. O jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, 60 anos, autor dos disparos, está lá. A defesa tentou adiar o evento, mas o juiz da 1ª Vara de Crimes Dolosos Contra Vida e Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete, indeferiu o pedido de adiamento e a audiência é nesta sexta (9). Ao todo, 12 testemunhas serão ouvidas.
Agnaldo, pela primeira vez, esteve frente a frente com a família. Para a avó do menino, Adriana Mendonça Pedra, este é “um dia muito difícil”. “Desde o início da manhã, está difícil, pois vou ter que reviver tudo o que aconteceu. Espero que a justiça aconteça”, comenta.
Indagada sobre o que sentiu quando encontrou com Agnaldo, ela diz que não há cólera. “Não senti raiva, mas dor. Pois, no dia do crime, achei inadmissível o fato de ele ter como opção não atirar e não levar isso em consideração.”
"Senti muita freza da parte dele (Agnaldo Ferreira) aparecer na nossa frente e nos encarar" disse Ariana Mendonça, mãe de Rogerinho
Foto: Jefferson Gonçalves/Capital News
A mãe do garoto, Ariana Mendonça, conta que Agnaldo e ela se olharam. “É muito importante para que ele sabia o que fez conosco. Também não tenho raiva. Sinto apenas dor pela perda do meu filho.”
Quando perguntada também sobre o que sentiu ao ver de perto Agnaldo, ela diz: “Senti muita frieza por parte dele. Não tinha necessidade de ele estar aqui. Ele sabia que todos os participantes daquele dia estaria aqui: mãe, avó, avô – que levou um tiro o rosto – e o tio com que ele discutiu estariam aqui.
Agnaldo foi liberado pelo juiz. Ele nem chegou a entrar na sala de audiência, segundo a família de Rogerinho. Eles disseram que ele ficou parado na frente da família. Para a avó do garoto, a ida dele foi uma tentativa de cancelar a audiência, pois, se ouvesse algum enfrentamento, poderia existir esta possibilidade, segundo ela.
Crime
No início da tarde do dia 18 de novembro, após uma discussão de trânsito na Avenida Mato Grosso, Agnaldo, que estava em um Volkswagen/Fox, disparou cerca de cinco tiros contra uma caminhonete modelo Mitsubishi L-200. No veículo estavam o condutor Aldemir Pedra Neto, o seu pai, João Afonso Pedra, 51 anos e seus sobrinhos, Rogério Mendonça, 2 anos e Ana Maria de 5 anos. João Afonso foi atingido com um tiro no maxilar e Rogério, com um tiro no pescoço.
Ambos foram encaminhados para a Santa Casa de Campo Grande onde passaram por cirurgias. Por volta das 18 horas, o menino Rogério Mendonça não resistiu aos ferimentos e morreu.
O jornalista alegou que sua reação foi desencadeada após receber ameaças do condutor da caminhonete e também nega que sabia da presença da criança no veículo.
Em frente ao Fórum, familiares e amigos de Rogerinho protestaram com faixas e panfletos.
Foto: Jefferson Gonçalves/Capital News
Por: Marcelo Eduardo e Jefferson Gonçalves – (www.capitalnews.com.br)
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