Após manobra para despistar a imprensa, Hugleice da Silva, cunhado da jovem assassinada Marielly Barbosa Rodrigues, 19 anos, acaba de apresentar-se ao delegado Fabiano Nagata, na Delegacia Especializada de Repressão de Roubos e Furtos (Derf). Ontem (13), o técnico de enfermagem, Jodimar Ximenes Gomes, se apresentou à Polícia e permanece preso na delegacia de Sidrolândia.
Hugleice chegou ao local em um veículo Honda Civic branco, e não falou com a imprensa. A informação foi confirmada por um investigador da Polícia Civil, que preferiu não se identificar. O delegado Roberval, titular da Derf, também confirmou a presença do acusado na Delegacia. "Ele está na minha sala, falando com os delegados Nagata e Edilson, e a conversa deve demorar", comentou Dr. Roberval.
O advogado de Hugleice, José Roberto Rosa, tentou, por várias vezes, evitar que a imprensa tivesse conhecimento da apresentação do cunhado de Marielly
Os dois acusados tiveram a prisão temporária decretada na terça-feira (12) por serem acusados de envolvimento na morte de Marielly, supostamente em uma tentativa de aborto. O corpo da jovem foi encontrado no último dia 11 de junho em um canavial em Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande.
O pedido de prisão temporária, válida por 30 dias, foi deferido pela juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, da Comarca de Sidrolândia, com parecer favorável do Ministério Público Estadual.
De acordo com o advogado de Hugleice, José Roberto Rodrigues da Rosa, a polícia pediu a prisão dele porque teve dúvidas sobre o comportamento do cunhado de Marielly e por ele ter se deslocado para Sidrolândia, como informado por Hugleice ao Capital News, além das diversas ligações encontradas no telefone deles. O cunhado da vítima afirmou que saiu de Campo Grande apenas a trabalho.
José Roberto Rosa, advogado de defesa do cunhado de Marielly afirma que Hugleice é inocente
“Faz parte da investigação, ele já vinha prestando esclarecimento sempre na mesma versão”, diz o advogado ao informar que a família se mudou para o Jardim Petrópolis e foram para outro bairro em Campo Grande. “Se mudaram por falta de segurança, mas vão continuar em Campo Grande”, explica ele. “Não conheci a Marielly, muito menos o cunhado dela, Hugleice da Silva. Não tenho nada a esconder, continuei trabalhando, fiquei em casa, quando poderia, se quisesse escapar, afinal o Paraguai fica logo ali”, declarou Jodimar.
A Polícia suspeita que Jodimar praticou o aborto que teria sido malsucedido provocando a morte da jovem. No dia 29 de junho, a polícia apreendeu na casa dele uma caixa de metal com diversos materiais, como tesouras, espátulas, pinças, seringas, agulhas e uma caixa de primeiros socorros. O técnico em enfermagem garante que são instrumentos do trabalho dele como pedicure e podólogo.
Por Gilmar Hernandes e Alessandra de Souza - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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