O Ministério Público Estadual ingressou com uma Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa contra os servidores públicos integrantes do quadro funcional da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto Teixeira Xavier e Marco Massaranduba, e ainda, por equiparação, a mais 18 pessoas envolvidas na organização criminosa de jogos de azar, chefiada pelo major aposentado Sérgio Roberto de Carvalho, desmantelada em maio deste ano, na operação Las Vegas.
De acordo com as investigações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), a organização se beneficiava diretamente da conduta de improbidade dos dois servidores, da qual evitavam a apreensão de equipamentos e máquinas caça-níqueis, utilizando a estrutura de inteligência da Polícia Militar. O MPE pede, na ação, além da perda do cargo público dos dois militares, a restituição de valores desviados do erário público para uso pessoal, bem como a punição dos demais envolvidos.
No começo de junho, o MP denunciou os 20 envolvidos na organização criminosa pelos crimes de falsidade ideológica, documentos falsos, prática de jogo de azar, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo as investigações, a organização que praticava uma série de crimes comuns e militares, funcionava há pelo menos três anos. A organização também realizava a jogatina pela internet, onde o apostador comprava um cartão e fazia o jogo eletrônico, e ainda vendia raspadinhas que ofereciam prêmio de R$ 450 mil.
Em julho, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul determinou a exclusão do major Carvalho do quadro da Polícia Militar do Estado, em atendimento a uma representação do Ministério Público Estadual impetrada em março deste ano pelo Procurador–Geral de Justiça Miguel Vieira da Silva, devido ele ter sido condenado pela Justiça Federal por tráfico de drogas em 1999. Desta forma, o major não tem mais o direito de receber o salário mensal de R$ 5 mil.
Por Alessandro Perin (www.capitalnews.com.br)