Conforme assessoria de imprensa da Polícia Federal (PF), que deflagrou a Operação Tellus para desmantelar suposta quadrilha que fraudava reforma agrária em Mato Grosso do Sul, investigações apontam que em 2007, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) adquiriu quatro fazendas do Complexo Santo Antônio, em Itaquiraí (extremo sul do Estado), em investimento de R$ 130 milhões. Foram desapropriados 16.926 hectares, distribuídos em quatro projetos de assentamento (PAs).
São os PAs Santo Antônio, Itaquiraí, Caburei e Foz do Rio Amambai, que totalizam 1.236 lotes para o assentamento de sem-terra.
Ainda conforme a PF, em dezembro de 2008, foi realizado o sorteio dos lotes. Segundo o que consta no inquérito policial, várias irregularidades ocorreram nesse sorteio.
De acordo com a PF, os melhores lotes não foram sorteados, ficando reservados aos líderes dos movimentos sociais, havendo inclusive casos de lotes contíguos destinados a integrantes de uma mesma família – um dos líderes, inclusive, ocupa hoje a antiga sede da fazenda Santo Antônio.
Houve desrespeito ao cadastro prévio de acampados – a Relação de Beneficiários (RB) – com a distribuição de 497 lotes a pessoas não habilitadas e a desconsideração de 425 pessoas habilitadas e que não receberam lotes.
Depois do sorteio, explica a assessoria da PF, vinha ocorrendo a venda de lotes, intermediada pelos líderes dos assentamentos e com a participação de servidores do Incra que formalizam a venda alterando os registros.
Dentre esses lotes que conforme a PF estavam sendo ilegalmente negociados, diversos são usados como sítios de lazer, desvirtuando totalmente os objetivos da reforma agrária.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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