A reforma agrária no governo Lula foi um fiasco. Não andou. Em Mato Grosso do Sul mais de 17 mil famílias continuam acampadas às margens das estradas à espera de um pedaço de terra para produzir e caminhar com as próprias pernas. A avaliação é de Geraldo Teixeira de Almeida, presidente da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul), que aposta em Dilma Rousseff para que essas famílias sejam assentadas.
Geraldo de Almeida explicou que o presidente Lula manteve um bom relacionamento com os acampados mas seu programa de assentamento não evoluiu muito e não foi só em Mato Grosso do Sul. O “fiasco”, segundo o presidente da Fetagri, foi na avaliação da própria Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).
Diante desse quadro a confederação resolveu firmar compromisso com Dilma Rousseff ainda no período de campanha política, para garantir aceleração do processo de assentamento de famílias no campo em Mato Grosso do Sul e nos demais Estados brasileiros.
“A presidenta eleita fez um compromisso conosco de priorizar a reforma agrária em seu governo a partir de janeiro de 2011”, afirmou Geraldo. Ele informou que Dilma esteve com a diretoria da Contag e com presidentes de federações de trabalhadores no campo, de todo o Brasil, na própria confederação.
“Nós a ajudamos se eleger a primeira presidenta do Brasil e agora, certamente ela deverá cumprir a sua parte promovendo justiça social no campo em todos os Estados”, afirmou Geraldo explicando que das 17 mil famílias de acampados existentes em MS, cerca de 12 mil são ligadas à Fetagri/MS.
A diretoria da Fetagri/MS espera que Dilma Rousseff assente, já no primeiro ano de mandato, pelo menos 10 mil famílias de Mato Grosso do Sul. E Geraldo justifica a urgência: a maioria dessas famílias está acampada há mais de 6 anos.
O Capital News tentou entrar em contato com Geraldo de Almeida, na Fetagri, agora há pouco, e foi informado pelo auxiliar administrativo, Márcio Garcia Junior, que o presidente da Federação está em Brasília e que retorna na próxima segunda-feira (29).
Manifestação:
No dia 19 de abril, cerca de 600 pessoas fizeram manifestações em oito trechos das rodovias estaduais de Mato Grosso do Sul, para pedir celeridade da União na compra de terras pelo Incra. Segundo o diretor de meio ambiente e reforma agrária da entidade, Adão de Souza Cruz, o procedimento está atrasado em pelo menos dois anos. Há 15 mil hectares de terras que aguardam liberação no Estado para destinação à reforma agrária. (Com informações da assessoria da Fetagri)
Por Valquíria Oriqui - estagiária - Capital News (www.capitalnews.com.br)
Veja também:
Imagem do Dia - 19/04/2010 - 11:23
Sem-terra bloqueiam oito rodovias estaduais em Mato Grosso do Sul em prol de agilidade na reforma agrária
19/04/2010 - 10:28
Sem-terra liberam as oito rodovias estaduais
19/04/2010 - 09:04
Sem-terra ligados à Fetagri bloqueiam 8 rodovias
19/04/2010 - 08:10
Sem-terra bloqueiam quatro estradas do Estado