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Polícia Sexta-feira, 07 de Fevereiro de 2014, 11:40 - A | A

Sexta-feira, 07 de Fevereiro de 2014, 11h:40 - A | A

Inquérito é concluído e indica que rapaz agrediu namorada com \"pisão\" e cadeirada

Anahi Zurutuza - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Laudos periciais apresentados, na manhã desta sexta-feira (6), na Diretoria Geral da Polícia Civil (DGPC), levam a crer que Giovanna Nantes Tresse de Oliveira, 19 anos, levou um pisão no rosto e foi agredida com uma cadeira pelo namorado, Matheus Georges Zadra Tannous, 19, na noite do Ano Novo. O jovem foi indiciado por lesão corporal dolosa e pode ser punido com até seis anos de prisão.

O inquérito contendo 503 páginas e o relatório final sobre o caso será encaminhado ainda hoje para o Poder Judiciário, sem o depoimento da vítima, que, segundo a família, não se lembra do que aconteceu naquela noite. Giovanna está no Paraná com a mãe e deve voltar para Campo Grande neste fim de semana.

Matheus chegou a ser preso, mas está em liberdade por força de habeas corpus. Segundo Rosely Molina, delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), o jovem continuará em liberdade. “Um novo pedido de prisão só se justificaria com o surgimento de novos elementos para os autos”.

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Foto: Deurico/Capital News

Durante as investigações foram ouvidos familiares de Giovanna e de Matheus, além do acusado de agressão, policiais que atenderam a ocorrência e os profissionais de saúde que socorreram a moça. No total, foram 16 depoimentos em pouco mais de um mês de investigações.

Foram juntados aos autos, os laudos periciais, os resultados dos exames de corpo de delito feitos na vítima e no agressor, além do relatório do trabalho de reconstituição do acontecido feito no apartamento onde o casal passou a virada do ano.

O caso

A informação de que Giovanna havia sido violentamente espancada pelo namorado foi veiculada no Facebook pela tia da moça, Andressa Montini, 34 anos. Depois de ganhar grande repercussão na rede social é que a imprensa ficou sabendo do ocorrido e começou a noticiar o caso.

Numa noite regada a bebidas alcoólicas, o casal teve uma discussão. Os dois estavam sozinhos em apartamento do centro da Capital, que pertence à mãe do rapaz.

Com uso de luminol, produto que detecta vestígios de sangue, a perícia encontrou sangue de Giovanna em vários pontos do apartamento.

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Foto: Deurico/Capital News

Também há evidências de que a porta de um dos banheiros foi forçada e de que houve luta entre o casal.

A jovem teve três fraturas nos ossos da face.

Ferimento do lado direito do rosto que, ao que tudo indica, foi provocado por um “pisão”, uma vez que, conforme a perícia, não havia objetos no apartamento que causariam tal marca. Além disso, o calcanhar de Matheus foi testado e tem tamanho compatível com a lesão existente na face da moça.

Conforme os laudos periciais, as marcas na testa de Giovanna são "geometricamente condizentes" com os pés de uma cadeira existente na casa. Na cadeira, com o luminol, foi encontrado sangue da jovem.

Ano novo

Na madrugada do dia 1º, Matheus Tannous pediu ajuda ao porteiro, dizendo que Giovanna tinha caído com o rosto no chão e se machucado. Um médico vizinho ao apartamento prestou os primeiros socorros.

A jovem foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em estado grave para a Santa Casa, onde deu entrada por volta das 2h.

Policiais que estavam no hospital disseram que um tombo não provocaria “o estrago” feito no rosto da moça e que este parecia ser um típico caso de agressão.

O mesmo disseram os profissionais de saúde que cuidaram dela.

Quando prestou depoimento, no dia 7 de janeiro, Matheus Tannous negou as acusações e insistiu na versão de que Giovanna machucou-se acidentalmente, ao cair com o rosto no chão.

Ele teve a prisão preventiva decretada, ficou 14 dias foragido e foi preso, no dia 23 de janeiro, depois de ser internado pela família o Hospital Nosso Lar. Durante o interrogatório, depois da prisão, ele preferiu o silêncio. Dois pedidos de habeas corpus foram negados ao rapaz, mas, no dia 27 de janeiro, ele foi solto por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

O casal morava junto há cerca de um ano em uma casa no Bairro Amambaí. Eles se conheceram na faculdade de Engenharia Civil.

Se condenado, Matheus pode pegar de 1 a 5 anos de prisão pelo crime de lesão corporal dolosa e a pena pode ser acrescida de mais um terço pelo crime ser considerado violência doméstica.

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