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Executivo Sexta-feira, 03 de Maio de 2024, 09:51 - A | A

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Relações Exteriores

Lula pedirá acesso ao mercado de carne bovina do Japão

Primeiro-ministro japonês visita o Brasil para estreitar relações

Mariana Piell
Capital News

Arquivo/Ricardo Stuckert / PR

Planta da JBS em Campo Grande dobrará número de trabalhadores com exportações para China

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à planta frigorífica em Campo Grande MS

Nesta sexta-feira (3), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá se reunir com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, para debater o acesso do Brasil ao mercado japonês de carne bovina. Também estarão em pauta a transição energética, proteção da Amazônia e recuperação do Cerrado degradado.

O primeiro-ministro Kishida será recebido pelo presidente Lula, às 9h30, no Palácio do Planalto. Ele vem acompanhado por 35 líderes empresariais japoneses. Estão previstas assinaturas de acordos nas áreas de cibersegurança, ciência e tecnologia, industrial e de cooperação em agricultura e meio ambiente.

O embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores (MRE), afirmou que a ampliação das exportações será discutida. “O presidente Lula mencionará essa intenção de diversificarmos as trocas comerciais e eu acho que um grande objetivo é obtermos acesso ao mercado japonês para a nossa carne bovina e a ampliação do acesso à carne suína, a qual, por ora, apenas Santa Catarina está habilitada [a exportar para o Japão]”.

O Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, o que representa de US$ 3 a US$ 4 bilhões ao ano. Desse total, 80% são importados dos Estados Unidos e da Austrália. O embaixador conta que, desde 2005, o Brasil tenta, sem sucesso, entrar no mercado japonês de carne bovina. “Hoje a condição sanitária brasileira é muito melhor do que a de 2005. Inclusive, em matéria de reconhecimento de áreas livres de febre aftosa sem vacinação. Então, essa condição precisa ser reconhecida porque o Brasil exporta para mais de 90 mercados de carne bovina”.

Outra demanda do Brasil é a ampliação da participação do etanol brasileiro no Japão. De acordo com o embaixador Saboia, o etanol brasileiro é melhor que o de outros fornecedores do Japão, como os Estados Unidos. “Todas as medições objetivas e científicas atribuem ao etanol brasileiro, inclusive o etanol de milho, uma eficiência energética maior que a de outros fornecedores”.

O governo brasileiro acredita que o Brasil pode ajudar o Japão em sua transição energética. A ideia é que o país asiático invista em energia renovável no Brasil para que o país possa exportar energia limpa para o Japão. “80% ou mais da energia consumida no Japão é importada e, boa parte dela, é de fontes não renováveis. Então, o Japão também possui capacidade de investir, de apostar na ampliação da energia renovável no Brasil, para que nós possamos também ampliar a nossa vocação de potência de energia renovável”, destacou Eduardo Paes Saboia.

Um acordo entre Brasil e Japão deve ser assinado para o país asiático financiar o programa brasileiro de recuperação de áreas degradadas do Cerrado deve ser firmado. O investimento para o Fundo Amazônia, que desenvolve projetos para proteção do bioma, também será discutido. O Japão foi o primeiro país asiático a investir no Fundo com um total de U$S 14 milhões. “Mas nós queremos mais, eu acho que é muito pouco”, comentou Saboia.

O representante do MRE destacou ainda que o governo brasileiro deve aproveitar a visita do primeiro ministro japonês para reforçar as agendas políticas comuns aos dois países, como o pleito para reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). “São também países que têm essa aspiração de ocuparem um assento permanente no Conselho de Segurança ampliado e há valores comuns que serão objeto das conversas entre os dois líderes”, disse o embaixador.

Exportações para China

Presidente Lula esteve no último mês em Campo Grande no Mato Grosso do Sul, na oportunidade ele visitou a fábrica acompanhada da equipe ministerial, do Governador Eduardo Riedel e dos gestores do Grupo JBS Joesley e Wesley Batista. Quando foi embarcado simbolicamente a carne que seguirá para a Àsia e celebrou o avanço nas relações exteriores e as exportações para China.

Ricardo Stuckert / PR

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