A dor do nocaute de quatro dias atrás ainda estava lá enquanto a Seleção Brasileira buscava forças para erguer-se da lona e encarar a invicta Holanda na disputa pelo terceiro lugar da Copa do Mundo.
Só que faltou tempo para recuperar energia, e o pênalti cobrado por Robin Van Persie no terceiro minuto de jogo em Brasília deixou o time da casa cambaleante outra vez. A Seleção levantou-se, correu e brigou, mas deixou o Mundial amargando mais um revés - ou talvez uma longa derrota de 180 minutos, iniciada na semifinal contra a Alemanha em Belo Horizonte.
Ao despedir-se do Estádio Nacional Mané Garrincha, mesma arena que abrigou a goleada por 4 a 1 em cima de Camarões, a Seleção ainda tentava encontrar respostas, lições, alguma espécie de conforto. Embora com as presenças de Maxwell, Willian, Remires e Jô no time titular, o grupo que entrou em campo em Brasília tinha nas costas - e nas mentes - aquele 7 a 1, a maior goleada já sofrida pela Seleção cinco vezes campeã do mundo. Um fardo que se provou pesado demais.
Para uma equipe acostumada às vitórias e dona de cinco títulos, dar adeus a um Mundial nunca é fácil. Muito menos em casa. E menos ainda quando a despedida vem com o som de vaias da torcida ecoando na capital. Não será fácil apagar da memória o revés diante da Alemanha, escrito com tintas tão fortes. Resta à Seleção, contudo, olhar para trás, juntar as respostas e encontrar uma maneira de voltar a vislumbrar um horizonte.