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Bem-Estar Sábado, 10 de Dezembro de 2022, 14:24 - A | A

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Coluna Bem-Estar

Como a saúde é afetada pelas doenças climáticas

Por Laura Fassina

Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

Como a interferência humana afetou o clima e, por consequência, a qualidade da saúde global

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Desde o início da Primeira Revolução Industrial, na metade do século XVIII, as grandes fábricas, em nome do desenvolvimento econômico e social, passaram a despejar bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera, fruto dos novos sistemas de produção à base da queima de carvão, o que acentuou o chamado efeito estufa, um fenômeno que é causado pelo aquecimento da Terra pela radiação solar, mas esse calor não é dissipado de volta para o espaço, por ficar preso abaixo da camada de CO2 na atmosfera, que funciona como uma espécie de barreira. Além disso, a mudança climática afeta todas as formas de vida presentes no planeta, seja pelo aumento de temperatura, excesso de poluentes, mudança no regime de chuvas, entre outros.


Por que a saúde é afetada?
O corpo humano se desenvolveu ao longo de milhares de anos para sobreviver em um planeta com uma gama muito bem definida de fatores climáticos, ou seja, com determinada quantidade de oxigênio na atmosfera, uma certa pressão constante, uma variação de temperatura estável, etc. Porém a mudança artificial do clima, feita pelas ações humanas em tão pouco tempo, menos de 300 anos, leva ao aparecimento de diversas doenças, já que não houve tempo suficiente para a espécie humana se adaptar a esses novos fatores.


Quais são os fatores e as doenças que surgem por conta da mudança climática?
Um dos fatores climáticos mais influenciados pela ação humana é a temperatura média do planeta. Como dito antes, os gases que produzem o efeito estufa impedem que o calor se dissipe de volta para o espaço, e isso causa um desbalanceamento da temperatura média do planeta. O aumento de temperatura e o aumento da duração de estações quentes causam uma proliferação de insetos, principalmente mosquitos, que dependem de estações quentes e chuvosas para se reproduzir, e muitos deles botam seus ovos, que só eclodem quando começa a chover. A disseminação desenfreada de mosquitos leva a uma alta de casos como malária, febre amarela, dengue, zika e chikungunya, que, em muitos casos, podem ser fatais. Para evitar esse aumento de insetos, o ideal é sempre cobrir e evitar qualquer ponto de água parada onde esses insetos possam se reproduzir.


Outro fator que muito contribui para o aparecimento de doenças climáticas é a queda da qualidade do ar, principalmente em grandes centros urbanos. O aumento de gases nocivos, aliado a variações no regime de chuvas e calor excessivo, deixa o ar seco e cheio de partículas de poeira. Para as pessoas que sofrem de doenças respiratórias como asma e bronquite esse é o pior cenário possível. Uma forma de remediar essa situação, muito ensinada na faculdade de enfermagem, é manter um umidificador de ar nos ambientes para garantir a circulação e o aumento da umidade do ar. Caso não seja possível, o aparelho pode ser substituído por um balde ou uma bacia com água; dessa maneira, o líquido vai evaporar aos poucos e aumentar a umidade do recinto.


O terceiro fator, e um dos mais preocupantes, é que as alterações climáticas artificiais afetam diretamente os ciclos de chuva em todo o planeta. Com um regime de chuvas desregulado, as plantações podem não sobreviver ou produzir menos do que o esperado. Isso impacta diretamente na economia dos países produtores de alimentos, e pode agravar seriamente os casos de subnutrição e desnutrição.

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