Problema pode aumentar riscos de doenças cardíacas e ansiedade
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Sabe aquele pensamento de que você poderá compensar as poucas horas de sono da semana no sábado e no domingo? A ação, muito praticada por pessoas que têm uma semana bastante agitada e não conseguem dedicar muito tempo de sono ao dia, pode causar uma sensação similar a do jet lag.
O corpo começa a ficar confuso a respeito de qual horário deve dormir, se alimentar ou mesmo fazer as necessidades fisiológicas, tudo por conta do fuso horário, que tende a mudar de lugar para lugar em viagens longas e intercontinentais. E uma sensação similar pode ser sentida por pessoas que não têm o sono regulado.
Jet lag social: o que é?
A interrupção dos padrões de sono pode fazer com que o relógio biológico de uma pessoa possa se confundir. Isso gera uma série de consequências, como desregulação do metabolismo, diabetes, obesidade e doenças mentais.
O jet lag social é medido por um cálculo simples que define o ponto médio do sono de alguém. Vamos supor que uma pessoa dorme da meia-noite às 8 da manhã, neste cenário o ponto médio de sono é às 4h. Já aos finais de semana, essa pessoa dorme das 2h ao meio-dia, logo o ponto médio passa a ser às 7h. Sendo assim, o jet lag social dessa pessoa seria de três horas, pois 7 - 4 = 3.
Complicações na saúde
De acordo com uma pesquisa publicada no periódico Sleep, a cada hora que você tem a mais de jet lag social, há um aumento de 11% na probabilidade de ter algum tipo de complicação cardíaca.
Outra pesquisa, publicada no International Journal of Obesity, em 2015, revelou que “viver contra o relógio interno pode contribuir para disfunções metabólicas”, de maneira que a elevação de diferenças nos padrões de sono (como duas horas) pode elevar muito o risco.
A saúde mental também é inteiramente afetada, principalmente se considerarmos que uma pessoa que não consegue manter uma rotina saudável de sono pode sofrer com uma alta carga de estresse e indícios de burnout. Um estudo realizado no Reino Unido e publicado na revista Nature, com mais de 85 mil pessoas, considerou que as pessoas que sofrem com jet lag social têm um aumento considerável na ansiedade, podendo chegar à depressão.
De acordo com Cristina Salles, "pesquisas apontam que a privação de sono de longa duração contribui para o comprometimento emocional e até mesmo o desenvolvimento de transtornos mentais". Cristina é responsável pelo Serviço de Medicina do Sono no Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da UFBA (Universidade Federal da Bahia).
Resolvendo o problema
Para reduzir o seu jet lag social, o ideal é que você mantenha um padrão de sono que seja regular. Tente sempre dormir e acordar nos mesmos horários, e manter uma rotina estável e o mais relaxada possível. Inclua na rotina exercícios físicos, nem que seja uma caminhada ao ar livre uma vez ao dia.
Uma consulta com médicos e profissionais formados na faculdade de enfermagem para ter um check-up completo também pode ser essencial para saber o estado da sua saúde.
