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Bem-Estar Domingo, 30 de Outubro de 2022, 11:58 - A | A

Domingo, 30 de Outubro de 2022, 11h:58 - A | A

Coluna Bem-Estar

O que é o flexitarianismo e como isso está ajudando o mercado vegano?

Por Laura Fassina

Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

Nova tendência busca trazer equilíbrio para aqueles que não desejam abandonar o consumo de carne, mas ainda possuem consciência ambiental

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Do vegetarianismo ao veganismo, não é de agora que diversos movimentos sociais buscam conscientizar as pessoas a respeito da importância de se preservar a vida dos animais e do meio ambiente no geral. Enquanto os vegetarianos se privam de comer carne ou qualquer outro tipo de alimento de origem animal, os veganos vão além e também deixam de utilizar qualquer produto que explore animais de qualquer forma. São estilos de vida bem rígidos e nem todos conseguem se adequar a tais exigências, por isso uma nova tendência está ganhando popularidade: o flexitarianismo.


Aqueles que se denominam flexitarianos buscam trazer um equilíbrio para suas vidas, adotando uma dieta majoritariamente vegetariana, mas ainda consumindo carne e outros alimentos de origem animal eventualmente. As motivações variam, sendo que alguns usam essa medida para fazer uma transição gradual aos ideais veganos, enquanto outros querem apenas mais qualidade de vida, visando saúde, consciência e sustentabilidade. Reduzir o consumo de carne é saudável e ainda colabora com a redução de uma série de impactos ambientais, por isso cada vez mais pessoas vêm aderindo à ideia.


O flexitarianismo também impulsionou a procura por produtos veganos, que antes se limitavam a um grupo bem seleto. De acordo com um levantamento do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) realizado em 2021, 46% dos brasileiros afirmaram deixar de comer carne pelo menos uma vez na semana, por vontade própria. Cerca de 42% dos consumidores de produtos à base de plantas (alimentos, roupas, cosméticos, etc) são flexitarianos, enquanto os veganos representam apenas 4%, contra 6% dos vegetarianos.


Nos últimos 10 anos, o Brasil registrou um aumento de 500% no número de corporações que se rotulam como veganas. Somente em 2022, foram mais de 117 empresas abertas dentro dessas características. Por ser algo que não se limita somente à indústria alimentícia, é um campo muito amplo que pode ser explorado de diversas formas, então muitos empresários estão vendo nisso uma oportunidade de angariar um público totalmente novo.


No caso dos alimentos, o setor de bares e restaurantes também vem se reinventando para oferecer cardápios mais diversificados, que atendam a todos os públicos. Com a ajuda de recursos como o vale refeição, as pessoas não têm mais receio de gastar tanto em alimentos “diferentes”, especialmente os flexitarianos que se encontram nessa fase de transição. No final, todos saem ganhando: as pessoas que aderem, o mercado vegano e, acima de tudo, o meio ambiente.

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