Divulgação/Assessoria
De 302 amostras dos produtos de frigoríficos citados na Operação Carne Fraca, 10,2% apresentaram problemas de ordem econômica e 2,6 %, de contaminação, como salmonella, informou Novacki
Nesta quinta-feira (6) o balanço das auditorias dos 21 estabelecimentos sob suspeição desde a deflagração da Operação Carne Fraca, foi anunciado pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki. O secretário reafirmou que toda a investigação segue sendo feita com transparência e ressaltou a robustez do sistema de fiscalização sanitária do país.
Ainda de acordo com o secretário, foram recolhidas, pela força-tarefa criada no Mapa, 302 amostras de produtos, de forma preventiva. Desse total, 31 amostras ou 10,2% delas apresentaram problemas de ordem econômica, não necessariamente fraudes, mas a não observância de normas técnicas, como excesso de amido em salsicha ou adição de água, além do permitido, em frango. Das 302, oito amostras (2,6%) tiveram pequenos problemas, mas capazes de afetar a saúde pública. Dessas oito, sete tiveram confirmada a presença de salmonella e uma de estafilococos.
Todas as amostras foram enviadas para análise em unidades do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) do Ministério da Agricultura.
As 31 amostras com problemas de ordem econômica referem-se a embutidos, onde foi encontrado ácido sórbico, conservante proibido em salsichas e linguiças. Os produtos saíram dos frigoríficos Souza Ramos, no município de Colombo (PR), e já foram recolhidos. Sendo comprovado ainda excesso de amido em salsichas produzidas pelo frigorífico Peccin, de Curitiba (PR) e de Jaraguá do Sul (SC).
Além destes foram encontrados problemas de ordem econômica na produção de frango com excesso de água, processado pela unidade da BRF de Mineiros (GO) e pelo Frango DM.
Das oito análises de produtos que apresentaram possível risco à saúde pública, sete laudos se referem a hambúrgueres contaminado por Salmonella, produzido pelo frigorífico Transmeat (SIF 4644), dono da marca Novilho Nobre. Essa linha de produção da empresa foi fechada e os lotes do produto recolhidos no dia 23 de março. Os produtos serão obrigatoriamente descartados e destruídos, sob supervisão de técnicos do Mapa.
Também foi constatada a presença da bactéria Estafilococus Coagulas Positiva na linguiça cozida produzida pelo Frigorífico FrigoSantos (SIF 2021). “Esta análise só ficou pronta hoje pela manhã, sendo determinado o recolhimento preventivo da linguiça e interdição desta linha de produção”, disse o secretário-executivo.
O Mapa iniciou o procedimento para cancelar o SIF dos frigoríficos Peccin (SIFs 825 e 2155) e do Central de Carnes (SIF 3796). “Outros frigoríficos também poderão ter o registro cassado, na medida em que nossas auditorias avancem. Todos os que erraram terão de pagar pelo erro. Não importa se são grandes ou pequenas empresas”, alertou Novacki.
Por orientação do ministro Blairo Maggi e pelo fato de a força-tarefa haver encerrado os trabalhos antes das três semanas previstas, nos estabelecimentos citados na Operação Carne Fraca da Polícia Federal, o Mapa vai intensificar a fiscalização e antecipar o calendário de auditorias. Já estão sendo realizadas ações em Pernambuco, Bahia, Tocantins, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. As equipes de fiscalização nesses estados terão rodízio com troca de posições e até possíveis substituições de superintendentes. “Queremos que essas auditorias nos deem a situação real de como estão funcionando os serviços de inspeção em cada estado. Todos os resultados serão divulgados e compartilhados com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal”, garantiu.
“Também por determinação do ministro Blairo Maggi, todos os indícios de crime, seja contra a saúde pública ou de ordem econômica, serão encaminhados ao Ministério Público e à Polícia Federal para devidas providências. Nós, no Mapa, estamos limitados à esfera administrativa, cabendo à Justiça e à Polícia Federal investigar, prender, processar e condenar”, observou Novacki.
Para reconquistar a confiança dos mercados e mostrar a robustez do sistema de fiscalização de produtos de origem animal do Brasil, o secretário-executivo irá viajar, entre os dias 17 e 27 de abril, para se reunir com autoridades dos governos do Irã, Egito e Argélia. Em maio, o ministro Blairo visitará a China, Hong Kong, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Europa para intensificar as negociações com importadores da carne brasileira.
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