A semana não começou bem para a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Além de a maioria do Supremo ter decidido condená-la a cinco anos e três meses de prisão e se posicionado em favor da perda de seu mandato, pelo caso em que ela perseguiu um opositor de arma em punho nas ruas de São Paulo na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, a parlamentar foi acusadada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de ser a culpada por ele não ter conseguido se reeleger, por causa do mesmo episódio. "Aquela imagem da Carla Zambelli da forma que foi usada, perseguindo o cara lá. Teve gente [que pensou]: ‘Olha, o Bolsonaro defende o armamento’. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. Carla Zambelli tirou o mandato da gente", afirmou o ex-presidente em entrevista ao podcast Inteligência Ltda. Ao blog da Andréia Sadi no G1, Zambelli reagiu à acusação de Bolsonaro. "Não acho justo. Eu sempre o defendi, estou com depressão, sendo julgada, e no pior momento ele falar dessa forma é trazer muito peso para as minhas costas", desabafou.
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Maioria do Supremo decide condenar e cassar Carla Zambelli por perseguir homem armada
O Supremo formou maioria na terça (25) para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a cinco anos e três meses de prisão, e também se posicionou a favor da cassação do mandato da parlamentar, por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo. O caso ocorreu na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, quando Zambelli, após uma discussão de cunho eleitoral, perseguiu empunhando uma arma o jornalista Luan Araújo nas ruas bairro Jardins, em São Paulo. Com quatro votos favoráveis à condenação, o julgamento foi suspenso ontem por pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, mas Dias Toffoli antecipou seu voto formando maioria na Corte. Além dele, seguiram o voto do relator Gilmar Mendes, pela condenação, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Faltam votar Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques. Ainda não há data para o julgamento ser retomado. Pelo regimento do STF, o ministro que pede vista deve devolver o processo em até 90 dias ou o caso volta à pauta automaticamente. Quando o julgamento for encerrado, a defesa de Zambelli ainda poderá recorer na própria Corte contra a condenação. (Com O Globo e Estadão)
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